terça-feira, 4 de março de 2014

QUERO SER MICHAEL STIPE

Em tempo: em postagem recente, mencionei o filme “Quero ser John Malkovich” [Being John Malkovich, 1999]. Acompanhando os créditos do filme, o que sempre procuro fazer, li que um dos produtores é um cara chamado Michael Stipe. Na hora, pensei: “Que curioso: esse produtor tem o mesmo nome do vocalista do R.E.M.”...

Isso foi ontem. Desliguei a televisão e fui me deitar. Há pouco, eu me lembrei disso. Consultando o nosso oráculo Google, descubro que o Michael Stipe, um dos produtores de “Quero ser John Malkovich” é, de fato, o vocalista do R.E.M.! Segundo o IMDB, ele ainda tem uma empresa de produção cinematográfica chamada C-100. 

AND THE PRONUNCIATION IS...

Eu queria ter comentado anteriormente, mas acabei esquecendo: a cerimônia deste Oscar 2014 serviu também para que eu aprendesse a pronunciar corretamente os nomes de Matthew McConaughey e de Pharrell Williams.

Em “Pharrell”, eu pensava que a sílaba tônica era a primeira — é a última. Já em “McConaughey”, sempre que eu via o nome escrito, eu o encarava, por assim dizer, como um desenho, um “ideograma”, nem arriscando qualquer pronúncia.

Enquanto eu estava digitando este texto, eu me lembrei do howjsay.com, que ensina a pronúncia de nomes próprios. O nome “Pharrell” ainda não está na página; já “McConaughey”, sim.

APONTAMENTO 194

CEM ANOS DE JOHN MALKOVICH

Gabriel García Márquez já disse em algumas entrevistas que um dos truques de que ele se valeu em “Cem anos de solidão” (1967) foi o de contar as coisas mais incríveis como se algo banal estivesse sendo narrado. Esse jeito de contar as coisas é também um dos truques de “Quero ser John Malkovich” [Being John Malkovich] (1999), do diretor Spike Jonze. O roteiro é de Charlie Kaufman.

Não que o filme tenha características do que a crítica chama de realismo mágico (não tem); entretanto, as coisas mais imponderáveis são encenadas como se fossem algo trivial. Esse jeito de narrar, não raramente, conduz ao humor. Não bastasse isso, é quase inevitável (ou pelo menos deveria ser) que acabemos refletindo sobre a imponderabilidade da vida que levamos, a imponderabilidade do que chamamos de realidade.