quinta-feira, 9 de junho de 2016

A onda do mutum

Mutum é palavra
que ecoa cerrado afora.
Em certa madrugada,
as vibrações dela fizeram
estremecer a bateria do celular.
Eu digitei o texto.

O 7 a 1 que conta

 O 7 a 1 que revela o que é a seleção da CBF é o da Copa do Mundo. O de ontem, contra o Haiti, não é um placar que reflita mudança de postura na entidade que comanda o que ocorre com o time de futebol que disputa competições oficiais. O paradigma que permanece na CBF é o de um modelo arcaico e atrelado a empresas que não se importam nem com o futebol nem com o torcedor.

Os que lucram com o que é a CBF e com o que ela fez do futebol brasileiro vão descontextualizar o 7 a 1 de ontem, fazendo com que ele tenha robustez que não tem. Parte da torcida, influenciada por essas mesmas empresas que lucram a partir do que a CBF produz, vai levar em conta a versão descontextualizada do 7 a 1 contra o Haiti.

Ainda mais que o 7 a 1 que de fato revela o que é a CBF e as empresas que gravitam em torno dela vai se distanciando no tempo. Quanto mais distante ele vai ficando, mais o esquema CBF-empresas-parceiras continuará lucrando a partir do já combalido e defasado futebol nacional.

Sou defensor do boicote dos torcedores quanto aos jogos promovidos pela CBF. Fico pensando em, por exemplo, um Flamengo x Corinthians em que não haja nenhum torcedor — justamente por ela, torcida, ter decidido não ir. Sei que isso nunca ocorrerá.

Pode haver estádios sem torcida; só que isso será decisão da CBF, não dos torcedores. Se a Confederação Brasileira de Futebol e os parceiros dela efetivamente quiserem, farão uma assepsia total; nesse cenário, pode não haver torcedor algum nos estádios durante as partidas.

Se for para haver “torcedores”, que sejam aqueles que não oferecem nem paixão pelo futebol nem críticas contra a CBF e seus parceiros. Num contexto assim, tudo seria reluzentemente limpinho. O mesmo tipo de limpeza pela qual prima a CBF e suas parceiras.