quinta-feira, 13 de maio de 2021

Diálogo pedagógico (4)

     — Está havendo reuniões, conferências, simpósios, seminários, apresentações, debates... É gente preparada, competente. Estão propondo o ensino híbrido. Esse pessoal manda bem.
      — O mais legal é que cada um deles está em sua casa. Além do mais, nenhum deles entra nem vai entrar numa sala de aula. Eles agem nos bastidores, são os que verdadeiramente fazem a engrenagem funcionar. E, claro, não podemos esquecer que escolheram o melhor momento para o retorno presencial das aulas, justamente quando a pandemia está matando mais do que nunca.
     — Sim! A ideia é a de que, por exemplo, na segunda-feira, seja colocada em risco, de acordo com os diários dos professores, a vida dos que vão de A a I; na terça-feira, é a vez do pessoal que vai de J a S; por fim, na quarta, os demais. Na quinta, retorna o pessoal de A a I; a coisa, então, segue. Mas isso pode ser modificado caso uma sala tenha, por exemplo, muitos nomes com a letra G.
     — Saquei. E depois tem gente que ainda reclama da burocracia... 

Analclézio

Do facínora, Analclézio aplaude a compra de tratores para “amigos” políticos do “herói” que elegeu, bem como aplaude a tentativa de inserção da covid em bula de remédio que não é para extirpar a doença. Não se dá conta de que pode morrer por causa dela, tomando medicamento ineficaz contra o coronavírus. Quanto aos tratores, os homens que os têm, quando muito, proporão a Analclézio que puxe carro de bois. Se até lá não tiver morrido de covid, empanturrado de remédio contra vermes, deles será vítima, fazendo, com pungente senso “patriótico”, enquanto toma chibatadas e range, o carro se movimentar.