terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Diante

Diante do espanto do que és,
do que sou,
do que são.
Diante das formigas,
das galáxias.

Diante da política,
das canções,
do futebol,
do legado de Einstein.

Diante da leitura,
da ressaca,
da mulher bonita,
do tombo,
do ensaio,
da comida,
da entrevista,
da tolice,
da infância,
do divórcio,
de Hamlet,
do sono,
do cosmopolitismo,
da preguiça.

Diante de mim,
a ânsia que sou,
que é a de transformar
em palavras o que
está diante de mim.

O tamanho do Universo

Qualquer um que tenha um conhecimento pueril sobre o que é o Universo (meu caso) sabe que ele é maior do que o que nossa mente é capaz de abarcar. Há sempre uma nova revelação dando conta de que ele é muito, muito maior do que o anteriormente concebido.

A última notícia que li sobre a imensidão dele foi publicada no jornal The Independent. De acordo com a publicação, há tantas estrelas por aí, que era para não ficar escuro quando há aquilo a que chamamos noite. Segundo números atuais, há dois trilhões de galáxias (o número anterior dizia haver de cem a duzentos bilhões).

Se me dissessem haver, digamos, um milhão de estrelas por aí, eu já ficaria espantado. Uma galáxia contém estrelas; o novo número diz haver dois trilhões de galáxias. Com esse tantão de estrelas, de acordo com a matéria do Independent, era para ser claro mesmo depois de o Sol ter se posto; se não é, isso se deve a uma parede de hidrogênio entre nós e a luz das estrelas distantes.

Volto aos dois trilhões de galáxias: não bastasse esse número, que logo, logo será suplantado, o texto do Independent diz que há estrelas tão distantes de nós, que o Universo ainda não é velho o bastante para que a luz delas tenha chegado até aqui. Há uma maravilha nisso que não cabe em meu universo.