terça-feira, 15 de março de 2022

Burocracia versus criatividade

Não basta à burocracia padecer de vexatória falta de criatividade e de constrangedora falta de inteligência: a burocracia abomina a inteligência. Nesse quadro, os inteligentes usam a tecnologia e causam mais tempo para a criatividade, não importa o ramo em que atuam. O burocrata usa a tecnologia e retira das pessoas o tempo criativo que elas poderiam ter, não importa o ramo em que atua.  

Das lições do café

Sempre que estou com pressa, faço trapalhada no momento de colocar o pó de café no filtro. Encho demais a colher e parte do pó acaba caindo sobre a pia. Uma patuscada. Já quando despejo o café na manha, com menos pó na colher, não há sujeira. Dentre outras coisas, o café ensina que uma limpeza alcançada na calma é sábia, ao passo que uma lambança criada na sofreguidão é desarrazoada. 

Patetice

Imagine um judeu pedir a um nazista 
que ele grave um vídeo parabenizando os judeus.

Imagine um palestino pedir a um israelense antiPalestina 
que ele grave um vídeo parabenizando os palestinos. 

Imagine uma mulher pedir a Bolsonaro 
que ele grave um vídeo parabenizando as mulheres. 

Antiburocrata

Dos quatro livros que encomendei hoje, três deles têm os seguintes títulos: Sociedade do cansaço, O ócio criativo, O direito à preguiça. Creio que serão úteis em minha “cruzada” antiburocrática, assim como foi Realismo capitalista. Pode ser que essa “cruzada” gere, quem sabe, um livro. 

Sobre a erudição

A erudição deve ser recurso criativo, não artimanha que tenta camuflar algum temor ou alguma deficiência. Além do mais, não se deve revestir o escritor que não se é com a erudição que se supõe ter.