O mercado, monstro onipresente com cara de mocinho, vem se regozijando com a reforma trabalhista. Agora já está esfregando as mãos para que a reforma da previdência, proposta pelo governo federal, seja aprovada (mais cedo ou mais tarde, será). Os militares? Não estão preocupados com isso, pois estão de fora da futura previdência. Eles estão de olho é na reforma apresentada pelo Moro, que dará a eles carta branca para matarem mais (pobres), alegando “violenta emoção”.
E os parlamentares? Ah, sim, os parlamentares. Os atuais não serão afetados pela reforma da previdência. De quebra, foram escutados pelo Moro, que deixou de fora da proposta apresentada por ele a criminalização de caixa dois (seria causar nos parlamentares violentas emoções).
Tem-se então: boa parte dos parlamentares, capachos das grandes corporações, nada perderão do muito que já têm; elas, por sua vez, já estão fabricando mais látegos. Os militares, de prontidão, estão batendo continência.
E os pobres? Muitos morrerão recebendo, de acordo com texto da reforma, quatrocentos reais por mês. Os que a previdência não matar, emoções violentas matarão. No caixão, os homens podem usar azul; as mulheres, rosa.
Lá do alto, observando, acima de todos, o deus mercado sorri e toma um gole de uísque, contemplando sua obra. E viu que isso era bom.