quarta-feira, 25 de setembro de 2013

HISTÓRIA DE UM IPÊ














Nos minutos em que estive fotografando o ipê deste álbum, algumas pessoas fizeram o mesmo, ainda que de dentro de seus carros, enquanto esperavam pelo semáforo ficar verde. A árvore é a grande atração da Avenida Paracatu.

Enquanto eu fotografava, a Roberta Rosa Rocha, que foi minha aluna, gritou, em tom de brincadeira, lá da Venda do Zé Rocha, que fica praticamente em frente ao ipê, que eu teria de pagar para fotografar a atração. Pedi à Roberta que se aproximasse. Foi quando ela me disse que o ipê havia sido plantado pela mãe dela.

Imediatamente eu soube que haveria uma história para ser contada, não somente por intermédio de imagens, mas também de palavras. Perguntando à Roberta se a mãe dela estava em casa, recebi resposta afirmativa. Terminei de fazer as fotos e fui para Venda do Zé Rocha.

No bar, além de eu ser gentilmente recebido pela Elenice, a mãe da Roberta, também estava por lá o José Roberto da Rocha, pai da Roberta e marido de Elenice; ele foi meu professor durante um semestre no curso de Letras, substituindo o professor Salvador Rodrigues. Elenice e José Roberto são os donos do conhecido bar na Paracatu.

Na breve entrevista que realizei com Elenice Rosa de Santana, ela me disse que plantou o ipê em 1989, no dia cinco de junho; nessa data, comemora-se o dia do meio ambiente. Eu me esqueci de perguntar para ela se isso foi uma coincidência ou se ela escolhera exatamente essa data para plantar a árvore.

Segundo Elenice, a muda do ipê foi dada a ela por José Antônio Dias, que é engenheiro florestal. Quando o profissional disse para Elenice que levaria para ela uma muda de ipê rosa, ela não acreditou haver ipê dessa cor. José Antônio levou a muda, furou o buraco e os dois plantaram a árvore. A tarefa de aguá-la ficava por conta de Elenice. 

(DES)APONTAMENTO 4

Numa boa: se as coisas continuarem assim, daqui a pouco alguém vai reclamar por ter se deparado com Coca-Cola dentro da garrafa de Coca-Cola. 

FALTA DE GRAÇA

Há diferentes tipos de humor. O humor de TV Pirata é diferente do humor de Zorra Total. Nesse caso, poder-se-ia argumentar que são tipos de humor diferentes por pertencerem a épocas diferentes, o que não deixa de ser verdade, pois, é natural, épocas diferentes vão gerar diferentes tipos de humor.

Contudo, a mesma época pode abarcar diferentes tipos de humor. Rafinha Bastos e Luis Fernando Verissimo ilustram isso. No que não acho a menor graça, é num humor que se vale da ridicularização do outro na tentativa de ser engraçado. Se por um lado tenho asco do politicamente correto, por outro, não vejo a menor graça em palhaços que precisam achincalhar o próximo na tentativa de serem engraçados. 

Ainda bem que há facilmente à disposição outros tipos de humor: os textos e cartuns da Piauí podem ser comprados em banca ou conferidos na internet; o mesmo vale para os textos e tirinhas do Verissimo; filmes do Woody Allen ou livros do Machado de Assis estão por aí; charges do Manoel Almeida estão no Patos Hoje; o legado do Millôr é divulgado aqui no Facebook. O humor pode ser ácido, crítico e sagaz, sem contudo diminuir quem não deu motivo para zombaria.