quarta-feira, 30 de novembro de 2011

CAIU NA REDE (85)

Pessoas, está no ar uma edição atípica do Caiu na Rede: além do áudio, que pode ser conferido do modo usual, há, abaixo, o vídeo da atração.

Tudo é muito amador. Ainda assim, eu me diverti, apesar do quanto demorei para editar o material com as imagens. E se para mim foi divertido, que divertido seja para vocês.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

CRUZEIRO X ATLÉTICO

Para quem gosta de futebol, o jogo entre Cruzeiro e Atlético/MG chama a atenção pela rivalidade e pelo contexto: é a última rodada do campeonato, e o Atlético pode rebaixar o Cruzeiro.

Se o Ceará perder para o Bahia e se o Atlético/PR perder para o Coritiba, a Raposa permaneceria na primeira divisão ainda que perdesse para o Galo. Nesse caso, curiosamente, os dois estariam no “lucro” – o Cruzeiro, por não cair, e o Atlético, por derrotar o grande rival, embora o “lucro” do Cruzeiro seja maior nesse hipotético caso.

Para os atleticanos contumazes, um mundo ideal traria a vitória do Atlético e o rebaixamento do Cruzeiro. Já os torcedores deste, entre o fervor por derrotar o Galo e o alívio de se livrar do rebaixamento, penso que sentiriam mais alívio do que fervor, caso o time não vá mesmo dar uma voltinha na segunda divisão.

O que sobra é a pífia campanha dos mineiros no campeonato. Numa gradação que vai do pior até o menos ruim, tem-se o América já rebaixado, o Cruzeiro dependendo do último jogo para não cair e  o Atlético tendo se recuperado nas últimas rodadas.

O atleticano empedernido esquecerá a campanha fraca do time se o Cruzeiro for rebaixado. À parte isso, a classificação do campeonato deixa claro que o futebol das Gerais foi o ponto fraco do torneio (a queda dos três chegou a ser cogitada).

Quem sai ganhando mesmo nessa história toda são os Perrella. No todo, lucraram mais do que o Cruzeiro. Ainda que aleguem que houve títulos, serão lembrados pela lambança atual, que é consequência de uma longa e prejudicial gestão. 

Além do mais, caso o rebaixamento se confirme, o torcedor, tanto do Galo quanto da Raposa, sabe: o primeiro rebaixamento é o que fica.

FOTOPOEMA 200


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

APONTAMENTO 124

“Mestre é quem de repente aprende”, conforme Guimarães Rosa. O que sempre me deixou com a pulga atrás da orelha é a expressão “de repente”. Se a frase fosse “simplesmente” mestre é quem aprende, beleza. Mas há o “de repente”.

Estaria a expressão de repente “apenas” dando um toque literário ou “misterioso” à frase? Em suma: seria o segmento de repente um “mero” truque literário? O que me escapa?

Ou seria o de-repente expressão de um “insight”, de uma “intravisão”, de uma “revelação” ou do que se colhe depois de muitas e insistentes tentativas? Se assim for, o aprendizado não veio de repente, mas, sim, como resultado bonito de um longo e dedicado processo.

Se cogito, é porque o entendimento não se completou. 

Mestre é quem por fim aprende.

sábado, 19 de novembro de 2011

CURSO DE FOTOGRAFIA

Pessoas, vou ministrar outro curso básico de fotografia. Será de 8 a 15 de dezembro. Para informações, basta que deixem comentário nesta postagem. No comentário, escrevam e-mail ou telefone (que não serão divulgados).

Ou, caso prefiram, enviem e-mail para contato@liviosoares.com.

Valeu.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

APONTAMENTO 123

Futebol é tentativa e erro, tentativa e erro, tentativa e erro, tentativa e erro... Ao grande acerto, dá-se o nome de gol.

domingo, 13 de novembro de 2011

MARILYN E MOLLY


Sim, é ela: Marilyn Monroe, clicada por Eve Arnold. Monroe está lendo “Ulisses”, do James Joyce. Se repararmos, perceberemos que ela está na parte final do livro; a julgar pelo volume de páginas que ela tinha pela frente, Monroe parece estar lendo o solilóquio de Molly Bloom. Caso sim, imagem por demais sugestiva... Marilyn e Molly – dois ícones. Teria a atriz se deliciado com o solilóquio de Molly?...

(Estive lendo sobre a foto na internete. Cogita-se que a imagem seria forjada, no sentido de que Marilyn não estaria de fato lendo o livro, mas teria simplesmente aberto uma página qualquer da obra. Houve também quem tenha dito que ela estaria lendo algum texto ou posfácio ou índice impresso depois do término do livro. Por fim, útil lembrar que a foto foi publicada na edição de 7 de novembro de 2011 da revista Época. A foto ilustra uma matéria sobre “Fragmentos”, livro que reúne poemas, anotações íntimas e cartas de Marilyn Monroe.)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

APONTAMENTO 122

Na gente, o que realmente importa tem a mesma cor. Ou não tem cor.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CAIU NA REDE (84)

Pessoas, há uma nova edição do Caiu na Rede no ar (edição 84). Para escutar, é só dar “play” aí no alto, à direita, onde está escrito “dê ‘play’ e escute o Caiu na Rede”.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

GOL DE ROMÁRIO

Não tenho meios de dizer se Romário (PSB-RJ), craque do futebol brasileiro, é um político honesto. Passa a impressão de que é. À parte isso, foi ótimo saber que ele não poupou Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e Jerôme Valcke, secretário-geral da Fifa, ao abordá-los em encontro para discussão da Lei Geral para a Copa do Mundo de 2014.

Teixeira é desafeto de Romário. Ao colocar contra a parede o comandante do futebol brasileiro, não é possível saber até que ponto Romário estava motivado por causas estritamente pessoais ou até que ponto estava efetivamente defendo o interesse público. À parte isso, se encantoou Teixeira, deve ter sido por estar plenamente convicto de que este não tem cartas na manga que possam descreditar a imagem de Romário.

Não estou aqui fazendo uma espécie de propaganda política para o deputado, e ainda que estivesse, tal propaganda seria inócua. Contudo, a atuação de Romário foi a que todo político genuíno deveria ter em tais situações, partindo-se do simples princípio de que, a rigor, o político está ali para defender o povo, não para, às custas desse mesmo povo, locupletar-se.

Romário perguntou a Teixeira sobre acordo na Justiça suíça; a questão envolvia dirigentes da Fifa que teriam recebido suborno e posteriormente devolvido o dinheiro para que seus nomes não fossem divulgados. Romário disparou: “Se o senhor for um deles, renuncia à presidência da CBF?”. Teixeira não respondeu, socorrido por Renan Filho (PMDB-AL), para quem havia a necessidade de falarem somente da Lei Geral para a Copa.

Para Valcke, perguntou: “Como ter como parceiro uma pessoa tão suspeita?”. E continuou acuando o funcionário da Fifa: “Tenho uma carta do seu presidente, Joseph Blatter, que chama o senhor de chantagista”. Valcke disse que “não entrariam [supostamente ele e Teixeira] em uma discussão com um ídolo do futebol como Romário”, segundo o UOL.

Por colegas, Romário foi acusado de tumultuar a sessão. Essa atitude me soou a puxa-saquismo, subserviência e interesses particulares sendo defendidos. Mas o deputado Romário não poupou os pares: “Eu sou novo aqui e não quero citar ninguém. Mas eu não recebo dinheiro de Fifa, CBF nem da AmBev. Só quero dizer isso”.

Romário está simplesmente cumprindo com sua obrigação. Mas em função dos terríveis descaso e omissão de boa parte dos políticos, é preciso, vejam só, lembrar que de vez em quando algum deles ainda cumpre seu papel, que é o de fazer justiça aos votos que tiveram.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

ÁFRICA

A África é a matéria-prima
que corre em minhas veias.
Antigamente, sou da África,
e a imensidão de água
que dela me separa
só aumenta a saudade da terra-mãe.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PLACAR

Finalmente me cansei do passado.
Quero um presente com sabor
de perspectiva e ousadia.

Apostar todas as fichas,
parar de guardar possibilidades.
Hora de bater o pênalti.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

APONTAMENTO 121

A beleza é passageira. Ainda assim, que nós a busquemos, pois passageira também é a viagem.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DEPOIS DO FURACÃO

Veio o furacão, que levou tudo o que era uma vez.
É tempo de começar de novo, a partir do zero,
mas com uma outra matemática toda diferente.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

LONTRA E PACA

Lontra — Beleza, Paca?
Paca — E aí, doido? Beleza, Lontra?
Lontra — Beleza.
Paca — E a sua mãe? Tá melhor?
Lontra — Ela tá melhor. Sabe como é... Doença complicada...
Paca — Sei como é... Mas ainda bem que ela teve escolha. Ainda bem que não foi atendida pelo ZUZ.
Lontra — Ainda bem mesmo. Imagina se ela não tivesse grana... E essa doença logo agora... A loja dela tá indo tão bem... Ela disse que nunca ganhou tanto dinheiro... Tava até pensando em abrir uma segunda loja.
Paca — Pois é... Não é bom nem pensar se ela não tivesse grana... Sua mãe é uma figura. Graças a Deus foi beleza.
Lontra — Graças a Deus mesmo. Mas quem tinha que se ferrar é o barbudão...
Paca — Ah, vão fazer de tudo pra ele não se ferrar. Queria ver se ele fosse atendido pelo ZUZ.
Lontra — Eu também queria. Aí ele ia ver o que é bom pra tosse.
Paca — Mas aí a garganta dele ia melhorar...
Lontra — Você não perde uma... Eu tinha falado da tosse sem pensar no problema dele.
Paca — Eu sei. Mas pelo menos a gente vai ficar um tempo sem ouvir aquela voz horrorosa.
Lontra — É, menos mal. Mas acho que não adianta. Com esse monte de pobre rezando, vai que ele melhora.
Paca — Pior é que é. Esse povo lá de cima gosta muito dele.
Lontra — É, mas dessa vez acho que não tem pra ele não...