Quando pequeno, a cena de filme imbatível é aquela em a Lois Lane (Margot Kidder) está caindo e é salva pelo Super-Homem. A seguir, cai o helicóptero. Lane e a máquina são levados para o topo do prédio. Penso ser essa a cena de minha infância.
Ainda dos tempos de menino há a cena final de “Três homens em conflito” (“The good, the bad and the ugly”), classicão de Sergio Leone, quando se enfrentam no fim. Até hoje cantarolo a trilha de Ennio Morricone.
Já adulto, em “Moulin Rouge”, do diretor Baz Luhrman, duas cenas me marcaram muito. Aos 28 minutos, Christian (Ewan McGregor), após criar coragem, começa a cantar “Your song”, terna composição gravada por Elton John, para Satine (Nicole Kidman). Antes, já havia falado alguns trechos da letra. Durante a canção, o coro, fazendo o vocal de apoio, e o arranjo com orquestra completam a beleza. Minutos depois, a que para mim é uma cena inesquecível é aquela que começa quando Christian começa com “All you need is love”, aos quarenta e nove minutos de filme. Depois, passa por “Pride (in the name of love)”, do U2, com letra modificada, e chega até “Your song” novamente, no fim da seqüência, não sem antes passarem, ele e Satine, por “‘Heroes’”, do David Bowie. Os segundos em que “‘Heroes’” aparece são, para mim, o ponto alto do filme e uma das mais belas cenas a que já tive o privilégio de assistir.
Há cenas engraçadas. Harold Zidler (Jim Broadbent) falando trechos de “Like a virgin” é uma delas.
Penso gostar tanto de “Mouling Rouge” por ter crescido escutando pop/rock. A idéia de se levar clássicos do pop/rock para a boêmia parisiense de Toulouse-Lautrec de fim do século XIX e começo do XX foi bem executada. Além do mais, sempre gosto quando há a mistura de gêneros musicais; sempre me atraiu a mistura do coloquial com o erudito; sempre gostei de citações, referências, alusões, e o filme é pleno de tudo isso.