(A primeira parte deste poema já havia sido publicada.)
1
Saia de cara limpa,
saia da preguiça,
saia de cena,
saia do conforto.
Saia para o trabalho,
saia para casa,
saia para a escola,
saia para a noite.
Saia de pé.
Saia para o amor.
Se longa,
se velha,
se justa,
se nova,
se curta,
se larga...
Caso
se lembre
de mim,
saia.
2
Não sei se para o espelho.
Não sei se para outra pessoa.
Não sei para quem
tu te vestes quando
estás como hoje estás.
Isso não importa agora.
O que importa é saberes
da alegria que causas
a todo o meu corpo
quando estás vestida
como hoje estás.
3
Tu estás linda.
Tu estás irresistível.
Uma beleza assim
merece poesia,
merece convite.
Por ora,
e apenas por ora,
aceita o que
não é poesia
nem é convite.
Por ora,
aceita
estas palavras.