quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PELOS CAMINHOS DO CERRADO









Hoje à tarde, eu e o amigo Aldo saímos para fotografar. Fomos lá pelas bandas da famosa Ponte do Bigode. Depois de passarmos por um velho cemitério, continuamos seguindo pela estrada. Foi quando nos deparamos com águas paradas no meio do caminho.

Enquanto debatíamos se daria para o carro seguir sem atolar, o Aldo desacelerou. Depois de precisos escrutínios, sagazes esquadrinhamentos e acuradas análises do ambiente, decidimos que o carro passaria sem problema. Tendo ficado atolado, valemo-nos de cascalho e de gravetos sob os pneus da frente na tentativa de desatolar o veículo. Inútil.

Passados uns vinte minutos, surgiu um motorista numa caminhonete. Ele parou. Sugeriu que se tentasse seguir com o carro adiante, em vez de se tentar a ré, alegando que a poça d’água era rasa. Mas ele não sabia ainda que o carro não saía do lugar quando acelerado. Foi quando o motorista da caminhonete se sentou sobre o capô do carro atolado, um pouco à frente do motorista; a estratégia foi um sucesso. 

PROMESSA

Tua partida 
virou poesia. 
Não tens ideia 
do que farei 
com tua chegada... 

APONTAMENTO 236

Escrever é um jeito de fingir o não esquecimento, a não destruição. Sem dramalhão barato, penso mesmo que, a rigor e ao cabo, virá o aniquilamento. Creio que nada sobrará nem do que somos nem do que fizemos. Só que isso não deve ser pretexto para que não edifiquemos. Temos de fazer o melhor que podemos do que nos resta — que é viver.