Amor não havido não deixa de ser uma história.
O que não se concretizou também se conta.
Amor não havido fica sonhando,
prossegue sem se conformar.
Numa ausência nítida e pesada,
insiste em não aceitar a ausência.
Fica na boca o gosto do que poderia ter sido,
o braço ergue a taça em brinde sem graça.
Em amor não havido, o devaneio especula: “E se?”,
o corpo fica sem outra pele para tocar.
Amor não havido rende não se rende a
a uma esperança sem forma e oca.