quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Mandante e mandados

O mandatário mistifica os crédulos. 
Os crédulos mitificam o mandatário. 
Há mugidos bestiais, risos infames. 
Entre a mistificação e a mitificação,
o país, agora incendiado, sucumbe. 

Chega de índios

É... Ainda bem que os europeus chegaram aqui em 1500. Há quem diga que chegaram antes. Não importa. O que importa é que chegaram. Por que foi bom eles terem chegado? Ora, porque índio só sabe botar fogo nas coisas. O que seria da natureza do Brasil se os europeus não tivessem chegado aqui? Mesmo hoje em dia, aqueles danados (não os europeus, mas os índios) insistem em destruir a natureza. Pelo menos se estivessem incendiando a casa deles... Se fosse isso, seria um favor que estariam fazendo para nós. O problema é que ao botarem fogo no ambiente, os índios acabam prejudicando quem não é índio, ou seja, os índios acabam prejudicando as pessoas.

Não vou nem mencionar que esses selvagens preguiçosos e iletrados não sabiam nada de Deus antes de os europeus chegarem aqui. Um bando de almas pagãs que não conheciam desígnios e preceitos divinos. Os caminhos do Senhor precisam ser ensinados, não importa se em latim, não importa se com chicotadas. O problema é que essa raça não emenda. Voltaram a botar fogo no que não é deles. Dessa vez, foi lá no Pantanal. Ah, mandasse eu no país... Eu botaria fogo é nesse bando de índio. No mínimo, eu colocaria essa raça para trabalhar. Estou aqui agora num calor danado. Culpa de quem? Desses índios ignorantes que nem falam inglês nem empreendem. Raça improdutiva, indolente, inútil.

Ainda bem que depois dos europeus, vieram os norte-americanos. Eu gosto dos europeus, mas eu gosto de verdade é dos norte-americanos. Aquilo, sim, é um país. Quanta pujança, quanta organização, quanta disciplina. O American way of life é a evolução ou a quintessência da civilidade. Aqui no Brasil, ainda temos de aturar aquela gentalha morena e beiçuda que se sente no direito de queimar o que é nosso por direito. Pudesse eu, pediria apoio dos EUA (país que é modelo para mim, para o Brasil e para o mundo): no mínimo, obrigaria esses índios a se adaptarem ao modo de vida norte-americano. Se quisessem, assim seria; se não quisessem, ou seriam torturados ou seriam dizimados.

Odeio o que atrapalha o progresso, o que é contrário aos caminhos de Deus, o que não é pudico, familiar, virtuoso, patriótico. Por fim, odeio gente hipócrita, gente que diz estar em comunhão com a natureza, mas taca fogo nela. É muita cara de pau, indecência e nudez dessa gente. Sou um sujeito refinado, já estive em dezenas de países, adoro Nova York, conheço Paris como conheço minhas palmas. Não suporto gente suja, suada, caipira, brega. Em vez de banhos de rios, que, aliás, vivem poluindo, esses índios precisam é de um banho de cortesia e de civilidade. Ainda bem que essa gripezinha, que fracotes chamam de covid-19, não afetará o paradigma supremo; diante de todo esse bando de gente descalça e empoeirada, diante desse bando de índios sem caráter, may Trump help us.