sexta-feira, 4 de março de 2016

... E de repente...

Querem nosso fim, sem saberem que sabemos renascer. Na década de 80 (talvez na de 90), vi pichado num muro, na Rua Dona Luíza, aqui em Patos de Minas: “Eles destruíram nossas vidas, mas não as nossas ondas. Assinado: Os Surfistas”. O espírito da fênix habita também as águas, habita a Ilha de Vera Cruz. 

Convite de festa

Hoje a festa é aqui em casa.
Mirando um oceano marinho,
viramos as costas para a terra.
Toda esta festa é em minha casa;
toda a minha casa é para ti.
Meu quintal é o Brasil.

Em uníssono, cantaremos:
hoje a festa é nua,
nossa é a festa hoje,
é daqueles que vierem.
Brindaremos felizes,
enquanto a onda desfere
na areia da praia mais um golpe. 

À porta

Quando a saudade bate, 
não há como a gente fingir 
que não está em casa. 

Ela bate é de dentro para fora. 

Enquanto isso

Procuro um silêncio que não seja bobo.
Silêncio de quem deixa as palavras maturarem,
de quem rumina ideias, desejos, contextos.
Pondero, moldando em quietude aparente
as palavras que serão meu legado.
Estou juntando a multidão de peças.
Em breve, digitarei organização e lucidez.