segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

WALT WHITMAN

Qualquer aspecto negativo pode ser tema para a arte. O livro “As relações perigosas” depõe contra o gênero humano, ao revelar a sordidez de que somos capazes; nem por isso deixa de ser uma obra magistral. Em contrapartida, a alegria ou qualquer outro aspecto positivo também é material para a arte.

Gosto muito daquela ideia do Whitman de agregar a humanidade. Aquela ideia de que não importa quem você seja ou de onde você venha, você é gente como eu. Não importa sua grana, não importa a cor de sua pele, não importa seu emprego, não importa se nunca vi você. Paira em Whitman algo assim: somos gente; quem sabe a gente pode trocar uma ideia?... É a literatura da ideal sintonia entre nós, apesar da falta de sintonia a imperar em toda parte.

Se por um lado há algo de genuinamente estadunidense na obra do poeta, por outro, há um tom universal que conclama a uma unidade e a nos vermos, todos nós, como integrantes de um só povo ou de uma só espécie, compartilhando uma jornada. A ideia é simples, e na pena do poeta, emocionante e nobre.

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