Quem já foi locutor de estação FM sabe que às vezes a gente sente falta não é nem da locução em si, mas de anunciar uma canção específica de que gostamos muito. É meu caso com “Ziriguidum Tchan”, do Sá & Guarabyra. A canção é uma de minhas preferidas. Aos sábados à noite, num programa em que eu tocava só MPB e Pop/Rock nacionais, “Ziriguidum Tchan” era frequentemente executada.
Há uns cinco ou seis anos estou sem trabalhar em rádio. Desde que parei, não mais havia escutado a canção. A saudade já era muita; hoje, finalmente, eu a consegui. Estou há um tempão a escutando sem parar. Quando ela termina, eu a escuto de novo. Apesar de muito desafinado, gosto de cantá-la aos berros, o que faço agora, sozinho em casa, enquanto digito.
A canção está num LP (há o CD, lançado pela Eldorado) chamado “Vamos por aí”, que ainda tem “Meu lar é onde estão meus sapatos” e “Estrela natureza” (que chegou a ser trilha sonora de alguma novela). O trabalho é de 1990. Na época, lendo o encarte do disco, surpresa agradável: quem toca guitarra em “Ziriguidum Tchan” é o cantor e compositor Tavito – aquele do sucesso “Rua Ramalhete”.
A canção está num LP (há o CD, lançado pela Eldorado) chamado “Vamos por aí”, que ainda tem “Meu lar é onde estão meus sapatos” e “Estrela natureza” (que chegou a ser trilha sonora de alguma novela). O trabalho é de 1990. Na época, lendo o encarte do disco, surpresa agradável: quem toca guitarra em “Ziriguidum Tchan” é o cantor e compositor Tavito – aquele do sucesso “Rua Ramalhete”.
“Ziriguidum Tchan” é sobre Nova York. Isso me fez lembrar de “A fogueira das vaidades”, de Tom Wolfe, publicado pela Rocco. O prefácio é de Paulo Francis, que escreveu: “Wolfe disse que ninguém mora em Nova York pelo clima ou pela qualidade de vida. (...) Pode-se ir a museus em outras cidades e ouvir música (bem melhor) na Europa. Em Nova York se vive pela ambição de ser número um no que se faz e não se poupa esforços, às vezes com resultados cruéis, para derrubar quem nos tolhe o caminho” (...).
Indico a leitura do livro de Tom Wolfe. “A fogueira das vaidades” foi seu romance de estréia. Estupendo debute. Em 1991, a obra foi transformada em filme homônimo por Hollywood, com Tom Hanks no papel principal. A direção é de Brian de Palma.
A foto a seguir é de Thomas Hoepker, da agência Magnum, tirada no histórico 11 de setembro de 2001. Na imagem de Hoepker, enquanto as torres gêmeas deixam escapar espessa fumaça, o primeiro plano mostra um grupo de jovens conversando. Discute-se muito se a foto revela inércia, atitude alienada ou incapacidade de comoção. Sabedor da polêmica que o registro causaria, Hoepker somente o divulgaria em 2005. Abaixo da foto, a letra de “Ziriguidum tchan”.
Nova York é aliIndico a leitura do livro de Tom Wolfe. “A fogueira das vaidades” foi seu romance de estréia. Estupendo debute. Em 1991, a obra foi transformada em filme homônimo por Hollywood, com Tom Hanks no papel principal. A direção é de Brian de Palma.
A foto a seguir é de Thomas Hoepker, da agência Magnum, tirada no histórico 11 de setembro de 2001. Na imagem de Hoepker, enquanto as torres gêmeas deixam escapar espessa fumaça, o primeiro plano mostra um grupo de jovens conversando. Discute-se muito se a foto revela inércia, atitude alienada ou incapacidade de comoção. Sabedor da polêmica que o registro causaria, Hoepker somente o divulgaria em 2005. Abaixo da foto, a letra de “Ziriguidum tchan”.
Tão perto daqui
O piloto sorri
Lá se vai o avião
Eles são o que rola
Eles fazem a moda
Nova York é mais perto
Que o sertão
Nova York é ali
Tão perto daqui
Oito horas de vôo
E ilusão
Nós pisamos na bola
Eles ganham em dólar
Nova York é mais perto
Que o sertão
Crack, rap, hip-hop, rock
Walk, don't walk now
Ziriguidum tchan
Se a viagem nos faz
Brasileiros demais
Cucarachas gerais
Na multidão
Essa ilha sem paz
Não se importa jamais
Nova York é mais perto
Que o sertão
Escondidos no fundo
Do umbigo do mundo
Joe nunca se encontra
Com João
Eles não se interessam
Eles não se conversam
Nova York é mais perto
Que o sertão
6 comentários:
Master, não se discute que a foto de Hoepker possa ser uma montagem ou encenada, forjada? Não que eu duvide da capacidade de alienação dos jovens, nem porque achei a situação improvável, mas porque pareceu-me demasiado artificial. Abraços!
Manoel, nunca fiquei sabendo se há a discussão de uma possível encenação. Caso eu saiba de algo a respeito, digo.
OK, master. Quanto ao FOGUEIRA, de Wolfe, há muito eu gostaria de relê-lo. Quem aprecia o chamado "novo jornalismo" creio que iria gostar também de A SANGUE FRIO, romance de Capote que teria inaugurado esse estilo.
Obrigado pela indicação, Manoel.
Muito bom seu blog. Vc escreve muito bem. Bom encontrar escritos inteligentes na net. E bons e velhos tempos também aqueles da "Voz do Brasil" quando vc apresentava aos sábados e não só tocava as músicas como também falava sobre elas. Lembro até hj da gravação q vc passou do Renato Russo falando do show que fizeram em Patos de Minas no começo da Legião. Uma verdadeira relíquia. Parabéns pelo blog.
José Maria de Resende.
jmrhevolution@gmail.com
Caro José Maria, obrigado mesmo pelos elogios. Quanto à "Voz do Brasil", era um programa que eu gostava muito de fazer. Legal demais você se lembrar de quando passei a gravação do Renato Russo.
Obrigado mesmo pela força.
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