quinta-feira, 15 de outubro de 2020

15/10

Há um cinismo ou uma hipocrisia de que pouco se fala — o cinismo ou a hipocrisia de parte dos que cumprimentam professores no dia 15 de outubro. Isso pode partir de quem é aluno, de quem já foi, de quem inventa burocracias inúteis para atravancar a vida dos professores ou de quem apoia políticas ou políticos que são contra os docentes.

Alunos que desrespeitam ou desrespeitaram a convivência em sala de aula, superiores que se concentram em burocracias inócuas e se esquecem de que pessoas valem mais do que papéis imbecis, políticos que lideram campanha contra o trabalho de quem ensina. Mas, em todo ano, é a mesma coisa: mensagens piegas e fingidas a favor dos professores são veiculadas.

A melhor maneira de homenagear um professor é deixá-lo exercer o trabalho dele. No dia a dia, não há isso. A aula não flui devido a desrespeitosas atitudes, burocracias e reuniões inúteis tomam horas, políticos perigosamente demagogos têm a missão de atacar quem está em sala de aula ensinando.

Em tese, eu não precisaria dizer que não estou generalizando. Ainda assim, digo que não estou generalizando. Digo também: não expresso neste texto a opinião de uma classe; expresso opinião que é minha. Dito isso, há pessoas que, de fato, contribuem com o trabalho dos professores. Repito: não estou generalizando. Nem todo mundo que parabeniza os professores é cínico. Os que não são, com frequência, não se dedicam a mensagens hipócritas ou insinceras. Eles demonstram em atos, não em palavrório tosco, o respeito ao próximo.
 
Quanto aos cínicos e aos hipócritas, não deveriam perder tempo escrevendo mensagens açucaradas. Melhor seria se deixassem os professores em paz, melhor seria se deixassem os professores trabalharem, seja em sala de aula, seja os poupando de burocracia, seja não instando ignorantes a se voltarem contra eles. 

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