O Crivella quis proibir veiculação de HQ contendo beijo gay. A história, publicada em 2010, foi escrita por Allan Heinberg e desenhada por Jim Cheung. A atitude do prefeito é anacrônica e ditatorial: os exemplares disponíveis na Bienal estavam lacrados. Não bastasse, acabou se tornando um garoto-propaganda involuntário para o trabalho, que passou a ser muito procurado (esgotou-se no evento) e divulgado. O @felipeneto vai distribuir dez mil livros com temática LGBT no evento, numa bela resposta à atitude tacanha do Crivella.
Há quem alegue ser indecência ou ser ataque contra a família quando há a expressão de comportamentos homossexuais. Curiosamente, esse pessoal não enxerga problemas quando de fato há. Para eles, um beijo gay é indecência, mas aplaudir quem defende ditador pedófilo, aplaudir quem defende tortura ou aplaudir quem nega o conhecimento científico não é indecência.
Os que se declaram plenos de espírito cívico deveriam se lembrar da Constituição: “É livre a manifestação do pensamento”. Ou ainda: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. (Por falar em atividade científica, há quem aplauda governo que veta pesquisa contra câncer ou que nega dados quanto a queimadas.)
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