Embora eu não concorde com o modo como os torcedores protestaram contra a Globo, recentemente, em jogo entre Santos e Corinthians, entoando "Globo, vai tomar no c*", claro que partilho do sentimento contra a emissora, mesmo sem saber até que ponto esse sentimento era genuíno nos quase quarenta mil torcedores que xingaram o canal em partida que ele estava transmitindo; mesmo assim, suponho que o "cântico" era genuíno em alguns. Não concordo com a maneira (mandar tomar no c*), mas concordo com a essência.
De modo análogo, não concordo com a invasão realizada hoje pela manhã no parque gráfico do jornal O Globo, no Rio. Uma das razões alegadas para a invasão foi a defesa da democracia, mais uma vez atacada pela Globo e seus sinistros tentáculos no golpe de 2016. Vale lembrar que, sintomaticamente, a Globo surgiu no ano de 1965, um ano depois do golpe da década de 60. Nesse golpe, nem jornal O Globo nem militares nem demais partidários do saque contra o Brasil se preocuparam em espargir nele ares de legalidade, o que fizeram em 2016.
Mesmo eu não concordando com o modus operandi de hoje no jornal O Globo nem com o de dias atrás no Pacaembu, no jogo entre Santos e Corinthians, ambas as manifestações deixam claro que o rebanho subjugado pela Globo, mesmo ainda sendo gigantesco, tem oponentes que sabem do quanto o canal asfixia e mata o Brasil. Havendo conscientização e não havendo canalhice, o caminho natural é ser contra a Globo, seja de que modo for.
A nota surreal do dia de hoje ficou por conta da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas) e da ANJ (Associação Nacional de Jornais), que divulgaram texto condenando os que, segundo as associações, "são incapazes de conviver em ambiente democrático". Esse pessoal não é imbecil. Defender o grupo Globo, alegando princípios democráticos a favor de um conglomerado que vive sacaneando os brasileiros é ser hipócrita e partidário dessa sacanagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário