sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
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domingo, 24 de dezembro de 2017
Um homem chamado Ove
O que somos agora é o resultado de todas as nossas experiências passadas, sejam conscientes, sejam inconscientes. Se, aparentemente, temos a capacidade de dar às nossas vidas o rumo que bem quisermos, não devemos, todavia, ignorar o fato de que grande parte do que somos é consequência de nosso passado, que determina em larga medida nosso comportamento no presente.
Essa reflexão é o fio condutor de Um homem chamado Ove [En man som heter Ove], produção sueca de 2015. O diretor é Hannes Holm. O roteiro é dele e de Fredrik Backman, autor do romance que originou o filme. Ove, interpretado por Rolf Lassgård, é um velho ranzinza que tem o hábito de visitar o túmulo da mulher com quem foi casado; enquanto está no cemitério, “conversa” com ela. No dia a dia, flerta com o suicídio.
Ao mesmo tempo em que achamos graça das manias de Ove, há momentos em que elas nos irritam. Sendo ao mesmo tempo reflexão sobre a velhice, não há como assistir a Um homem chamado Ove sem pensar nos velhos que talvez venhamos a ser, ainda mais levando-se em conta que a velhice parece incrementar ou cristalizar defeitos que carregamos conosco desde sempre. A intenção primeira diante do modo como Ove age é tentarmos não ser tão rabugentos e chatos quanto ele, mas à medida que o filme vai avançando, o personagem começa a tomar um alcance diverso daquele que vínhamos tendo dele até então.
Quando o passado dele é contextualizado, o filme assume de vez algo que já vinha se insinuando, que é uma delicada e profunda reflexão sobre a amizade, a velhice, o amor e, principalmente, sobre as marcas que determinadas experiências podem deixar num coração. Ove não deixa de ser o velho metódico e turrão. Todavia, a compreensão ampla de quem ele é/foi confere beleza e poeticidade à trajetória dele. Ao tomarmos conhecimento das experiências que o fizeram ser o que dele presenciamos, descortina-se um personagem profundamente humano. Não há como não gostar dele.
(Além do cartaz do filme, inseri nesta postagem duas fotos que fiz após pausar Um homem chamado Ove. Num determinado momento do enredo, o personagem faz uma viagem à Espanha; lá, hospeda-se num hotel chamado Araxa (sem acento mesmo). Dei uma conferida rápida na internet. Há mesmo um hotel com esse nome na Espanha; fica em Palma de Mallorca.)
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Piolhos
Eu pensava que os piolhos, assim como os dinossauros, haviam entrado em extinção. Pensava eu que piolho era coisa da minha época. Fiquei surpreso de fato quando descobri que ainda infestam os pensamentos dos alunos.
Minha mãe tentou um tratamento nada ortodoxo contra os que tive. Ela borrifava um veneno chamado Neocid, que vinha numa lata amarela, redonda. Depois de borrifar, amarrava um pano na minha cabeça. Não me lembro se o tratamento era eficaz contra piolhos, mas descobri que sou à prova de Neocid.
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Êxito e fracasso
Em texto que escrevi em 2013, mencionei o livro O andar do bêbado, escrito por Leonard Mlodinow. Nele, o autor discorre sobre a presença do acaso e do aleatório em nossas vidas. A tese do livro de Mlodinow é a de que não há como sabermos as causas do que leva uma pessoa a se dar bem ou a se dar mal.
Ontem, comecei a ler Ética e vergonha na cara!, livro de conversas entre Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho. Em determinado momento, Steve Jobs é citado por Clóvis de Barros Filho: “Queria lembrar Steve Jobs que, em um momento de sua autobiografia, diz algo mais ou menos assim: ‘Curioso, porque jamais poderia imaginar que as coisas que eu estava fazendo levariam a esse resultado a que cheguei. Hoje as pessoas julgam o que eu fiz em função do ponto a que cheguei, mas não houve da minha parte uma estratégia deliberativa orquestrada para chegar aonde cheguei. Porque aonde cheguei decorreu de um milhão de causas que até eu ignoro — causas psicológicas das pessoas que contratei, causas macroeconômicas que eu não podia controlar. E hoje as pessoas querem fazer de mim um guru por ter arquitetado as coisas de maneira que chegasse a esse resultado. Mas não sou causa dos resultados que eu mesmo colhi’”.
Os defensores da chamada meritocracia querem incutir naqueles que consideram perdedores a ideia de que são perdedores porque são preguiçosos, incompetentes ou imbecis, ao passo que eles, meritocratas, vencedores aos próprios olhos, são disciplinados, talentosos e inteligentes; exatamente por terem tais atributos, deram certo.
O meritocrata tem uma visão egoísta de si; com frequência, o egoísmo leva a uma visão distorcida da realidade. O defensor intransigente da meritocracia se considera o único responsável por ter atingido o que ele chama de sucesso. De modo análogo, para ele, aquele que ele considera perdedor é o único responsável pelo que o meritocrata chama de fracasso.
É impossível saber o que leva uma pessoa ao fracasso ou ao sucesso. Também por isso, as palestras motivacionais de empreendedorismo incorrem em erro quanto os palestrantes expõem fórmulas para se ter êxito, exibindo “cases” (palavrinha que eles adoram) de sucesso.
Teria sido muito fácil para um sujeito como o Steve Jobs se considerar o único responsável pelo sucesso que obteve. Contudo, ele teve a inteligência de perceber que não há como uma pessoa saber o que a levou à vitória — ou à derrota. Isso não nos livra de nossa responsabilidade em nossos fracassos nem anula nossa participação em nossos êxitos. Todavia, a partir daí, como querem os “sábios” da meritocracia, atribuir somente ao indivíduo a causa por seu sucesso ou por sua derrota é indício de ignorância ou de desonestidade intelectual.
domingo, 17 de dezembro de 2017
Você é sonso?
Quando eu era pequeno, minha mãe me dizia que eu era sonso. Com isso, ela queria dizer que eu era lento, bobo. Passei décadas supondo que esse era o sentido do vocábulo “sonso”. Num dia, enquanto eu estava folheando um velho dicionário em busca de uma palavra, meus olhos se deparam com a palavra “sonso”. O significado dela me surpreendeu: “Que ou aquele que finge não ter defeitos ou se faz de simplório, palerma, inocente, mas faz coisas reprováveis dissimuladamente ou pelas costas; manhoso, dissimulado, santo do pau oco”.
A definição acima é a que está na versão eletrônica do dicionário Houaiss, que tem o mesmo teor da definição do Aurélio, com a qual me deparei há tempos. Ou seja, o sonso não é um palerma, um bobo. Ele se finge de. A cultura popular pegou a parte visível do fingimento e a tomou como significado da palavra, quando de fato a totalidade do significado está no fingimento e no que ele esconde.
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sábado, 16 de dezembro de 2017
Empáfia e jeitinho não ganham jogo
Há ocasiões em que não há espaço para o improviso, o descompromisso, o achar que as coisas vão se resolver a partir de um jeitinho, de um drible. O futebol brasileiro insiste em negar essa evidência, a despeito do sete a um na Copa aqui realizada.
O jogo entre Real Madrid e Grêmio, terminado há pouco, jogou luz mais uma vez sobre o quanto nosso futebol está distante do profissionalismo do futebol europeu. A culpa disso é dos nossos cartolas e do espírito improvisador do brasileiro, o qual acha que tudo resolver-se-á a partir da genialidade, que é rara e não anula a necessidade de treino, disciplina e profissionalismo.
Durante a partida, o próprio locutor do Fox Sports ficou clamando por um lance de genialidade. O brasileiro como um todo e o futebol aqui praticado precisam aprender que esse negócio de genialidade, no futebol de hoje, não se fará sem rigor, concentração e seriedade.
Como somos um povo que não vai assumir esse compromisso, teremos em campo o que houve há pouco no jogo entre Grêmio e Real Madrid. Mesmo disputando um torneio para o qual não dão importância, e que o Grêmio considerava essencial, a equipe espanhola ganhou com facilidade do time brasileiro. Os europeus nem tiveram de se esforçar para chegarem à vitória.
O primeiro tempo foi monótono. No segundo, Cristiano Ronaldo bateu falta que passou no meio da barreira e foi parar dentro do gol. Houvesse para o Grêmio a mesma desimportância que o jogo tinha para o Real Madrid, a derrota seria menos sintomática do modo amador como nosso futebol é gerido. Mesmo as equipes tendo entrado em campo com atitudes tão distintas, o Real Madrid passeou enquanto o Grêmio escancarou o fiasco de nosso jeitinho, despreparo e incompetência. Mas não será isso que vai nos livrar de nossa atávica empáfia e de nossa perigosa ilusão quanto a nossos talentos.
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
"Confesso que perdi"
Dizer que se espera de um profissional que ele seja ético parece ser algo redundante. Mas é uma daquelas redundâncias que precisam ser ditas, por haver tantos profissionais sem ética. Não é diferente no jornalismo. Interesses espúrios, ideologias pessoais ou puxa-saquismo acabam deturpando o que deveria ou poderia ser jornalismo.
Juca Kfouri é o jornalismo feito com ética, beleza e espírito combativo. Numa época em que meios de comunicação contratam profissionais que não sabem lidar nem com o próprio idioma de que se valem para se comunicar com leitores, ouvintes e telespectadores, Kfouri é o cuidado com o idioma, que não é pose nem é inócuo porque vem, antes de tudo, sustentado por uma conduta corajosa e honesta.
Todo esse espírito está em Confesso que perdi, livro de memórias publicado recentemente por Juca Kfouri; a obra saiu pela Companhia das Letras. Há momentos líricos, ternos. Sem cair em discurso açucarado nem em condescendência para consigo, Confesso que perdi se detém mais sobre o universo profissional do autor, ainda que, o que é natural nesse tipo de livro, haja menção a questões mais intimistas.
A leitura do livro é um refrigério. Mesmo que o autor confesse ter perdido, com o que concordo, a partir da justificativa que ele dá no livro e que tem dado em entrevistas e depoimentos, Confesso que perdi, a despeito de ser a crônica de uma derrota anunciada já no título, é, paradoxalmente e ao mesmo tempo, a vitória de um profissional que é uma pérola no jornalismo brasileiro.
Juca Kfouri conta casos, bastidores dos eventos que cobriu, histórias sobre as pessoas com as quais conviveu e as quais entrevistou. À medida que eu ia lendo o livro, a memória resgatava cenas de Kfouri que conferi na TV ou memoráveis páginas com a presença dele em revistas. Enquanto lia Confesso que perdi, eu me dei conta de que o autor está mais presente na minha vida de telespectador e de leitor do que eu havia percebido.
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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
O canto de Sísifo
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domingo, 10 de dezembro de 2017
Haicai 62
Para minha cura,
não importa o mal,
drágeas de leitura.
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O que Zezé di Camargo enxerga e o que Marcelo Rubens Paiva enxerga
Os que defendem o retorno da ditadura deveriam ler Ainda estou aqui, do Marcelo Rubens Paiva, cujo pai, o político Rubens Paiva, foi torturado e morto pelo regime militar. Mas gente a favor da tortura ou do regime militar não está interessada nesse tipo de leitura. Gente assim está preocupada em não aprender sobre a história do país.
Não raro, isso as leva a negar a história. É o que fez, dentre outros, em setembro, Zezé di Camargo, ao declarar que não existiu ditadura militar, mas o que ele chamou de “militarismo vigiado”. Na ocasião, o cantor disse ainda que o Brasil “nunca chegou a ser uma ditadura daquelas que você ou está a favor ou você é morto”. Ele deveria ler o livro de Marcelo Rubens Paiva. Mas não vai. E ainda que lesse, não mudaria o pensamento.
Ao se deter no microcosmo da família do autor, Ainda estou aqui escancara o mal que a ditadura fez ao país. Claro que ele não é o primeiro a fazer isso; nem será o último. O que não impedirá que haja pessoas concordando com o Zezé di Camargo ou pessoas alegando que os militares fizeram bem em torturar e em matar.
O engano não é só do Bono
Autorias atribuídas incorretamente passaram a ocorrer com mais furor após os ventos da internet e das redes sociais. Um desses casos é o poema “Instantes”, tido como sendo de Jorge Luis Borges. Eu mesmo tenho um jornal em casa em que o texto é atribuído a Borges. Quando ele não é atribuído a Borges, é atribuído a uma estadunidense de nome Nadine Stair. “Instantes” não é nem de Stair nem de Borges. É de Don Herold, humorista dos Estados Unidos.
A atribuição incorreta dessa autoria já causou episódios curiosos ou divertidos. Num deles, Bono Vox, vocalista do U2, disse, num canal de TV mexicano, antes de ler trechos do poema, que declamaria alguns versos do “poeta chileno Borges”. Há duas informações incorretas na afirmação do Bono: Borges não é chileno, mas argentino.
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O apelo do Tito
Tive um dia desses mais uma prova insofismável do quanto sou desafinado: comecei a cantar, o Tito, meu cachorro, começou a resmungar num choro baixinho. Parei de cantar, o Tito voltou a sorrir.
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Apontamento 371
Por mais que vivamos, a morte sempre recebe um rascunho.
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Comunhão
Não escrevo na ilusão de mudar as pessoas nem de mudar o mundo. Isso seria muita empáfia minha. O que escrevo é meu modo de dizer que você não está sozinho, que eu não estou sozinho, que não estamos sozinhos. Mas sei: ainda que sozinho eu estivesse, escreveria. Mas saber que não estou sozinho é mais uma razão para que eu escreva.
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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
A ghost story
Se por acaso você cogitar não assistir ao filme A ghost story (2017) por achar que o enredo remete a Ghost — do outro lado da vida (1990), esqueça isso. Também não deixe de assistir ao filme por achar que um fantasma representado por uma pessoa coberta por um lençol é algo muito infantil ou inverossímil para ser conferido. Por fim, se você não gosta de filmes de terror, leve em conta que A ghost story não é um filme de terror e que qualquer gênero tem obras-primas.
O filme não tem pressa e subverte regras clássicas de composição dos quadros cinematográficos. Acostumados do modo como estamos aos cortes frenéticos da maioria das produções atuais, o diretor David Lowery, também o autor do roteiro, propõe longas tomadas com a câmera estática.
O filme é estrelado por Casey Affleck e Rooney Mara. C (interpretado por Casey Affleck) morre em acidente de carro. M (interpretada por Rooney Mara) fica sozinha na casa deles. Pouco depois de deixar o hospital a que havia sido chamada para fazer o reconhecimento do corpo de C, M vai embora; instantes depois, C se levanta e sai caminhando, coberto pelo lençol que estava sobre seu corpo no hospital.
O fantasma de C vai parar na casa que era compartilhada por ele e por M, onde ela passa a morar sozinha. A partir daí, A ghost story se torna uma bela e poética reflexão sobre a inexorabilidade da passagem do tempo e sobre a destrutibilidade de tudo o que edificamos. Com relação ao espaço que ocupamos, o acesso ao que houve e o conhecimento do que haverá não anulam a destruição cabal. Num eufemismo, dir-se-ia que a transformação é que vem, não a destruição.
Pode-se assistir ao filme de David Lowery como uma alegoria da dificuldade que temos em nos desapegar daqueles com quem um dia convivemos ou daquilo que um dia esteve em nossas mãos. Num limbo melancólico, o fantasma de C não se conforma com a dissolvência do que um dia foi o espaço dele, mas que foi e será o espaço de outros.
Pode ser que chegue o instante em que não haverá o espaço de ninguém. Numa dimensão cósmica, pode ser que não restará nem memória nem átomo do que fomos ou dos lugares que ocupamos ou das coisas que tivemos em mãos. Diante da duração e da extensão do Universo, nossas vidas são ínfimas. Não bastasse, um vento macondiano poderá aniquilar qualquer possibilidade de permanência de qualquer coisa. Mas isso não é pretexto para que deixemos de assistir a filmes como A ghost story. Que se reserve tempo e espaço para o trabalho de David Lowery.
Sobre práticas pronominais
Ainda há pessoas que se encantam porque o presidente usa mesóclise. Sob pretexto de moralizar o país e sem saber (ou sabendo) que vai doer nelas também, dar-se-ão por satisfeitas com o pronome oblíquo no meio.
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Haicai
Constato demais:
é bonito e sedutor
quem lê mais.
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Singular
Gosto de gente no singular.
Mais de dois, multidão.
Não confio em plural,
o singular me robustece.
Melhor do que dois,
somente a solidão.
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A liga da justiça
Que o humor é algo magistral, todo mundo sabe. Mas ele não pode ser usado para encobrir ou salvar algo que é ruim. Ele deve ser a consequência de algo que é bom. Nem o humor de A liga da justiça o redime. É o humor que faz com que o filme seja simpático. “Simpático” não é um adjetivo honroso para um filme que pretendeu ser mais.
A impressão com que filmes de super-heróis têm me deixado é a de que há enredo de menos e computação gráfica demais. Não bastasse isso, os vilões têm sido tediosos e óbvios. Foi assim em Batman versus Superman, é assim em A liga da justiça. Os alienígenas vilões dos dois filmes são superficiais, servindo apenas para dar e levar porrada.
Os fãs dos quadrinhos ressentir-se-ão com o fato de que a essência do Flash não é a mesma (nos quadrinhos, ele não é o engraçadinho do filme) e com a pouca empatia que o Cyborg gera. Quanto a Aquaman, é um personagem bem construído. Pena que após fazer menção a Ahab, personagem do livro Moby Dick, joga uma garrafa ou algo assim no mar. Não faz sentido justamente ele poluir as águas.
Aqui ou ali, há referências a outros filmes de super-heróis. O primeiro soco desferido pelo Super-Homem no vilão em A liga da justiça tem menção ao tema criado por John Williams. É esse o breve instante em que alguma emoção se esboça, logo indo embora. Nem o (mais uma vez) belo trabalho de Danny Elfman na trilha sonora consegue dar alguma grandiosidade a um filme destituído de grandeza. O humor sozinho não pode salvar o mundo.
Haicais pontuais
1
Três pontos: reticências.
Três exclamações:
excrescências.
2
Três pontos: reticências.
Três interrogações:
excrescências.
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