Os que defendem o retorno da ditadura deveriam ler Ainda estou aqui, do Marcelo Rubens Paiva, cujo pai, o político Rubens Paiva, foi torturado e morto pelo regime militar. Mas gente a favor da tortura ou do regime militar não está interessada nesse tipo de leitura. Gente assim está preocupada em não aprender sobre a história do país.
Não raro, isso as leva a negar a história. É o que fez, dentre outros, em setembro, Zezé di Camargo, ao declarar que não existiu ditadura militar, mas o que ele chamou de “militarismo vigiado”. Na ocasião, o cantor disse ainda que o Brasil “nunca chegou a ser uma ditadura daquelas que você ou está a favor ou você é morto”. Ele deveria ler o livro de Marcelo Rubens Paiva. Mas não vai. E ainda que lesse, não mudaria o pensamento.
Ao se deter no microcosmo da família do autor, Ainda estou aqui escancara o mal que a ditadura fez ao país. Claro que ele não é o primeiro a fazer isso; nem será o último. O que não impedirá que haja pessoas concordando com o Zezé di Camargo ou pessoas alegando que os militares fizeram bem em torturar e em matar.
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