Que haja amor sem ingenuidade, pois ela estraga não somente o amor. O amor de que falo implica ausência de ingenuidade, que não é a mesma coisa que falta de humor ou falta de senso de pureza.
O mundo sempre foi um lugar violento, desonesto, desleal, perigoso. Não saber disso ou não se precaver contra isso é de uma ingenuidade que pode ser fatal. Não ser ingênuo não torna ninguém imune aos perigos do mundo. Todavia, é menos arriscado viver com a noção das armadilhas do caminho.
Para muitos, não há lugar para o amor num mundo tão conspurcado e burro. Contudo, o amor pode ser encarado como rebeldia, ato de coragem, ousadia, não rendição ao que o mundo nos oferece de ruim todos os dias. Amor é força, é energia. Aquele que tem a coragem de exercer, sem ingenuidade, essa força dá a mais poderosa e loquaz negativa contra o que o que há de estúpido.
Que se supere a ingenuidade, que se busque a maturidade, que a maturidade traga amor. Perigos estão à espreita, a tolice grita. Num cenário em que a selvageria dirige carros, publica em redes sociais ou mata o próximo por ninharias, amar é resistência.
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