O envolvimento não garante o gostar, mas não há gostar sem envolvimento. Onde não havia gostar, pode haver, desde que haja envolvimento. De imediato, pode haver uma fagulha que leve ao desejo de convivência; pode-se sentir uma atração imediata por algo ou por alguém. Isso, todavia, ainda não é envolvimento. Além do mais, é exatamente o envolvimento que pode fazer com que a fagulha inicial não vire chama.
Por outro lado, mesmo não tendo havido tal fagulha, o envolvimento pode levar à chama, à amizade, à paixão, ao amor. É possível passar a gostar ou a amar sem que, de início, nada tenha sido sentido ou pressentido. Há um desejo de proximidade que pode ir num crescendo à medida que nos envolvemos. Temos o poder de nos envolvermos. Por vezes, ele leva a outro poder, que é o de amar. Faz todo sentido dizer: passou a amar porque se envolveu.
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