sexta-feira, 17 de julho de 2015

HUMOR E AMOR

Terminei de ler há instantes o ensaio “Hamlet e Dom Quixote”, escrito por Ivan Turguêniev, autor do romance “Pais e filhos”. O ensaio é uma das coisas mais belas e sensatas que já li. Num dos trechos, segundo tradução de Rubens Figueiredo, lê-se: “Dom Quixote é ridículo... mas, no riso, existe uma força reconciliadora e reparadora — e se não sem motivo que dizem ‘o que faz rir é bem servido’, pode-se acrescentar que aquele de quem se riu já foi perdoado, e está mesmo prestes a ser amado”.

A associação entre o riso e o amor me remeteu a W.H. Auden. O livro “A mão do artista”, publicado pela Siciliano, reúne ensaios de Auden; num deles, intitulado “Notas sobre o cômico”, o poeta escreveu, segundo tradução de José Roberto O’Shea: “Não encontro um denominador comum entre as pessoas de que gosto ou que admiro, mas entre as que amo: todas me fazem rir”. 

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