sexta-feira, 27 de março de 2015

OS HOMENS QUE FUMAM ÓPIO

“Graham Greene, no último dia do ano de 1953, em Saigon, fumou ópio, numa sala reservada para si. Ao lado de uma cama redonda, havia uma estante cheia de livros. Dois deles eram do próprio Greene, que escreveu dedicatória em cada um deles. Ele conta essa história em seu ‘Ways of escape’.

“Em 1956, visitando Saigon, eu queria fumar ópio. Numa dessas coincidências literárias, fui parar exatamente na sala em que Greene estivera. Sei disso pelo fato de que os dois livros nos quais ele escrevera as dedicatórias estão agora em minha casa. Se por um lado não me regozijo do furto, por outro, não me arrependo”.

Meu nome é Tito Branco. Quando li os dois parágrafos acima, que estão na autobiografia do aclamado escritor Lucas Bridge, meus lábios esboçaram sorriso sutil com um toque de vaidosa malícia. A autobiografia dele, descobri lendo os trechos que citei acima, tem toques de ficção. Enquanto fumo ópio, aqui em minha casa, em Uberlândia, contemplo os dois exemplares assinados por Graham Greene lá em Saigon. 

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