O humor está a serviço de algo. Pode estar a serviço de si mesmo. Mesmo estando sempre a serviço de algo, ele pode prestar desserviço; ele presta desserviço quando tripudia de características físicas ou de desventuras. Uma coisa é fazer humor com a atuação profissional do Nestor Cerveró; outra bem diferente é a tentativa de soar engraçado às custas da aparência dele. Sempre tive comigo que o humor dependente das características físicas ou das tragédias fosse indício de falta de criatividade.
A Cynara Menezes foi incisiva (ela grafa tudo com minúsculas em alguns textos) ao escrever que “é grande a tentação de fazer ‘graça’ com o defeito físico do nestor cerveró. quem resiste a ela tem caráter. quem não resiste não tem. simples”. Eu nunca havia associado esse tipo de humor a falta de caráter. Sendo ou não falta de caráter, o humor é nobre demais para não ser inteligente.
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