quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

POR AMOR

Claro que, quando se ama, a vontade é a de e-xi-gir do outro que ele também ame. Afinal, como alguém pode não amar um amor tão intenso que é ofertado de modo tão espontâneo e forte? Mas não temos o direito de exigir que a outra pessoa nos ame, por mais que o desejo seja de pegá-la pelo pescoço e fazer com que ela receba o amor que é só dela.

É como se a gente dissesse para a pessoa: “Olha, você nem imagina o quanto sou capaz de fazer você feliz, o quanto quero fazer você feliz”. Se a outra pessoa for madura, ela sabe disso, mas pode não querer receber o amor que a ela é ofertado, seja por que razão for.

“João amava Teresa”. Mas Teresa amava Raimundo... Num certo dia, um João pode amar uma Teresa, e por ela ser amado. Se um amor que não começa já é algo complicado de manejar, um amor que se inicia requer arte para a qual nem todos estão prontos. O amor pode não ter limites; os amantes têm.

Nem sempre o amor é. Em muitas vezes, poderia ter sido; noutras tantas, foi e deixou de ser. Muitos há que só descobrem do que são capazes depois que passam a amar. Amar não é fácil. É difícil saber dar amor; é difícil saber receber amor. Amor chega, amor vai embora. Ou não.

No silêncio noturno e solitário dentro de um ônibus que rasga a madrugada ou sobre cama ruidosa e suada, é o amor que age, que vai fazendo com que vivamos, dos gestos mais simples aos mais retumbantes, por ele. Tudo é por amor. Contudo, posso estar enganado. Talvez nem tudo seja por amor. Mas deveria. 

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