quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O MARCADOR

Passei muitos anos cheio de mesuras, recusando-me a marcar meus livros. Para ter acesso mais rápido a trechos que eu curtia, eu os datilografava. (Se algum jovem ler este texto, que consulte na internet sobre datilografia.)

Veio o dia em que perdi os escrúpulos; desde então, tenho marcado os trechos de que gosto. Nessa história, as releituras são curiosas: não me arrependo dos trechos que marquei em leituras prévias, mas me surpreendo por não ter marcado tantos outros.

Isso ocorre com muita frequência quando releio Borges; quanto mais o releio, mais vou marcando as páginas. Que meus dias sejam numerosos; se forem, pressinto que acabarei marcando cada parágrafo e cada estrofe do portenho. 

2 comentários:

Bruna Caixeta disse...

Lívio,
a propósito de Borges, há pouco, coincidentemente, li um conto dele. E li-o numa experiência inédita: ao mesmo tempo ouvindo um tango de Astor Piazolla.

A sugestão para essa peripécia foi feita pelo Jota Botelho, jornalista do "GGN - O Jornal de Todos os Brasis".

Sabendo que você é um leitor permanente e sempre admirado de Borges, e vendo agora a sua postagem se referindo a ele, imaginei que você pudesse gostar de conhecer (e experienciar) a leitura de Borges casada ao tango de Piazolla. Então, deixo a sugestão:http://jornalggn.com.br/blog/jota-a-botelho/um-conto-de-jorge-luis-borges

Um abraço.

Lívio Soares de Medeiros disse...

Rs. Show de bola, Bruna: gostei mesmo da sugestão, pois, como você bem disse, sou "leitor permanente e admirado de Borges".

Obrigado pelo envio do "link". Quando eu fizer a experiência, digo como foi.

Grande abraço.