Um dos artistas que compõem o cenário local na área da música é Piêit. Seu EP, intitulado “Demasiado”, vai ser lançado no dia quinze de agosto no Teatro Municipal Leão de Formosa (nas redes sociais, parte do trabalho já havia sido divulgada). A cantora Lizandra vai lançar o EP dela no mesmo dia, também no teatro (sobre ela, comentarei em outra resenha).
O trabalho de Piêit tem oito faixas. Duas delas constam como bônus; estas são canções gravadas pela banda Jackdown, de que Piêit era integrante. Dado a questionamentos e a letras reflexivas, não seria exagero dizer que “Demasiado” tem um viés existencialista.
O vocal de Piêit ora é suave, ora é “agressivo”. Usa a região grave ao cantar, embora não raro se valha do falsete em suas interpretações. As faixas criam um clima, uma atmosfera em que se vislumbra aqui ou ali uma pitada de rock progressivo. Ou então uma gradação que começa suave e termina intensa; a canção que dá título ao trabalho é um bom exemplo disso.
A despeito do viés existencialista a que me referi acima, o EP abre com “Acredito na vida”, que tem, como o título já deixa entrever, letra otimista; a pegada é pop-rock. Em contrapartida, “Deep up”, que vem logo a seguir e é cantada em inglês, num astral melancólico, quebra o tom otimista de abertura. “Deep up” tem temática amorosa; o mesmo vale para “I’m not crazy”, também cantada em inglês.
É inevitável a gente escutar o trabalho de alguém e tentar “rastrear” as influências recebidas pelo artista. Piêit parece ter bebido na vertente reflexiva do pop-rock. Na letra de “Maré de pé” há a pergunta: “Por que estou esmorecendo?”. A pergunta dá bem o tom intimista do EP; os arranjos das canções fazem jus a esse intimismo.
Em sua carreira musical, Piêit tem sido presença no cenário independente da música brasileira. O cantor e compositor já participou de festivais Brasil afora (em Patos de Minas, já participou do Festival Marreco). No dia quinze, Piêit vai escrever, ao vivo, mais uma página de sua música.
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