Anteontem, pensei que a coisa ficaria feia para o Cruzeiro; ontem, que a coisa ficaria feia para o Atlético — da Colômbia. Terminada a rodada, A Raposa segue em frente; o Galo está fora. Quem não desligou a TV nem mudou de canal após o jogo dos Atléticos pôde acompanhar os desdobramentos do jogo realizado ontem no Independência.
Tardelli deixou nítido que não gostara de ter sido substituído; depois do jogo, criticou o técnico Levir Culpi. Este, na entrevista coletiva, disse que “se ele [Tardelli] não tiver número, ele sai”. Entre a declaração de Tardelli e a entrevista de Levir Culpi, Alexandre Kalil, presidente do Atlético, lacônico, também na entrevista coletiva, disse que ele era o único culpado pela eliminação do Atlético/MG.
Erraram Diego Tardelli e Levir Culpi; aquele, pela reação nada profissional que teve; este, por ser muito burocrático, atribuindo apenas números ao desempenho de um jogador. Se por um lado, esses números podem ampliar uma análise, por outro, o futebol (como a vida) é mais complexo e multifacetado do que uma análise de dados.
A equipe do Fox Sports bem que tentou fazer com que Kalil, nos bastidores do estádio, precisasse qual seria o erro do dirigente, chegando a perguntar se tal erro teria sido a contração do Autuori. Kalil desconversou e reiterou que o culpado único era ele. Pareceu-me que o presidente da equipe, num lance astuto, deu a entrevista já com a intenção de preservar a coesão da equipe.
Pelo menos para quem assistia de fora ao Atlético/MG que foi campeão da Libertadores, parecia haver simbiose entre Cuca, jogadores e torcida, o que pareceu não ocorrer enquanto Autuori esteve no comando do time. Somente essa suposta simbiose não explica o êxito da equipe no ano passado, embora possa ser ingrediente eficaz; ausente no curto período em que Autuori estive no time, Kalil tenta resgatá-la, a fim de evitar um racha no time.
Já o Cruzeiro, na sequência da Libertadores, vai enfrentar o San Lorenzo, no dia sete de maio. O caminho da Raposa tem sido sinuoso: quase não se classifica na fase de grupos; na sequência do torneio, um gol no fim do jogo, contra o Cerro Porteño, no Mineirão, deu alento para a equipe. Em trilha tortuosa, mas eficiente até agora, o Cruzeiro é o único time do Brasil a continuar na Libertadores.
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