Escrever bobagens não é característica somente dos grandes meios de comunicação. Ademais, quando escrevem disparates, estão interessados em seu próprio benefício. O mesmo fato é noticiado diferentemente por diferentes meios, cada um voltado para seu próprio interesse.
Nesse sentido, é difícil haver algo que se pareça com jornalismo. Entretanto, a tecnologia possibilitou a desconhecidos divulgarem seu ponto de vista (escrevendo, filmando, fotografando...) sobre os mesmos fatos analisados pelos grandes conglomerados midiáticos; devido à tecnologia, o mesmo fato é fotografado e filmado não somente pelas grandes corporações.
Esses desconhecidos, sejam eles blogueiros, sejam atuantes em redes sociais, também podem escrever bobagens. Seus disparates podem ser fruto de seus preconceitos ou de sua falta de conhecimento ao julgar determinado fato. Ainda assim, é alentador perceber que, a despeito da poderosa influência dos conglomerados, há pessoas nos mostrando outras possíveis interpretações.
Seria ingenuidade supor que blogueiros e frequentadores de redes sociais sejam capazes de influenciar tanto quanto poderosos meios de comunicação. Ainda que a maioria de tais blogueiros e frequentadores detivessem as mesmas técnicas de persuasão da grande mídia (alguns detêm), a atuação deles é pulverizada.
Mesmo assim, os relatos deles são mais ricos, necessários e úteis exatamente porque não são maquiados, não atendem a interesses econômicos de megacorporações nem a pressões de patrocinadores. Esse é um dos lados benéficos da tecnologia. É um alento saber que há pessoas antenadas e oferecendo uma visão não atrelada a questões empresariais.
Os grandes e poderosos meios de comunicação devem ser acompanhados. Não devemos ignorá-los, mas devemos, sim, desconfiar da visão que divulgam. Se por um lado há indivíduos disseminando ódio, preconceito e ignorância, por outro, existe hoje a possibilidade de se ter acesso a pensamentos individuais ricos e inteligentemente rebeldes.
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