Entretanto, sempre que fotografo a água, é como se o caráter único de cada instante fosse ainda mais retumbante. É como se eu percebesse tal ineditismo com mais vivacidade quando “congelo” o movimento dela. Num átimo anterior, a “escultura” feita por ela era uma; num átimo posterior, estaria modificada. A unicidade desta “escultura” é o que fica, registrada na imagem...
Tirei essas fotos quando vi que um cano se rompera, na Olegário Maciel, de modo que a água jorrava com profusão. Passando pelo local depois de ter saído do trabalho, corri aqui em casa e peguei a câmera. Ao voltar para lá, o jorro prosseguia. Antes de chegarem para consertar o vazamento, pude tirar umas dez fotos.
2 comentários:
Lívio,
gostei bastante de como as suas lentes capturaram a água - as formas que ela assumiu durante o processo.
Mas, mais além, gostei do seu texto, de saborear a consciente escolha de cada palavra e vê-las compor o que seria uma justificativa poética para o ato de fotografar um elemento, tão rapidamente mutável, como a água. Muito bonito e eloquente o texto.
Bela postagem!
Abraços.
Olá, Bruna, muito obrigado pelo seu comentário.
Sim, de certo modo, o texto é uma justificativa para as imagens. Sempre gostei de teorizar sobre as coisas; com a fotografia não seria diferente.
Obrigado pelos elogios - tanto às imagens quanto ao texto.
Grande abraço.
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