Logo na abertura do filme Secretariat (EUA, 2010), do diretor Randall Wallace, torci o nariz, quando vi que era uma produção da Disney: pensei que assistiria a algo piegas e politicamente correto demais, mesmo ciente de que o filme se baseia numa história real.
Se por um lado o filme tem o bom-mocismo da Disney, por outro, havia uma grande história para ser contada, e o filme não fez feio ao contá-la. Além do mais, a produção confirma que os americanos têm, há muito, o domínio de como contar as belas histórias que o esporte pode gerar.
Secretariat foi um cavalo que nasceu no dia trinta de março de 1970. Morreu no dia 4 de outubro de 1989. Deram-lhe uma injeção letal para livrá-lo de uma doença que lhe causava dores no casco.
Na era da televisão, Secretariat foi o primeiro cavalo a ganhar a chamada tríplice coroa no turfe americano. Tornou-se tão popular nos EUA que foi capa das revistas Time, Newsweek e Sports Illustrated. Seu recorde de dois minutos e vinte e quatro segundos para correr uma milha e meia ainda não foi superado (uma milha equivale a 1,61 quilômetro) no tipo de pista em que ele então competiu. A corrida foi em 1973.
O elenco de Secretariat é de primeira: Diane Lane faz Penny Chenery, a dona do cavalo, um dos bens herdados após a morte do pai; John Malkovich faz Lucien Laurin, o treinador; e Otto Thorwarth, Ronnie Turcotte, o jóquei.
No dia 13 de julho de 1978 a carreira de Turcotte terminaria, depois que ele se acidentou numa corrida (ele não montava Secretariat na ocasião). Devido à queda, ficou paraplégico. Vive com as quatro filhas e a esposa. Laurin morreu em 2000; Chenery é viva.
Para mais informações, há o sítio secretariat.com. No Youtube, há entrevistas e o vídeo da lendária corrida de 1973. Ron Flatter, da ESPN, num belo texto, foi preciso ao relatar o poder de Secretariat e a distância que o separava do oponente: “Era tão grande, que até a mais extensa grande-angular da CBS (...) mal podia mostrar Secretariat e o segundo colocado, Twice A Prince, num mesmo quadro”.
4 comentários:
Lívio, assiti ao filme dias atrás, num canal de TV (do qual agora não me lembro). Gostei.
E contou-lhe uma sensação muito pessoal: eu, com a exagerada compaixão que tenho dos animais, nas últimas corridas, já estava agoniada de ver os cavalos competir, e juro que fiquei com um receio aflitivo de que Secretariat fosse mais um cavalo para o qual aquele jóquei provocaria enfarte.
Outro comentário pessoal: John MalKovich está entre os meus atores preferidos. Neste filme, ele tem mais uma atuação brilhante.
Por fim, achei ótimas as suas indicações de textos e entrevistas. Obrigada. Fico daqui, com a mesma agonia, conferindo um vídeo da corrida de 73.
Abraço.
Bruna, também fiquei apreensivo, não somente pela possibilidade do enfarte, mas também por achar que algo pudesse ocorrer - com o jóquei, com o cavalo... Também cogitei trapaça ou algo assim...
Malkovich é muito bom, não? E a corrida de 73 é impagável.
Valeu por conferir, Bruna.
Maravilhoso
Valeu, Sergio.
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