sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

AQUELES DOIS

Felipe espera.
Espera pelo dia em que a porta da sala vai se abrir.
Seu sono leve dirá que alguém chegou,
mas ele já saberá quem é.
Ele sabe.
Ele sabe que há de chegar o dia.
Há de chegar o dia em que Daniela virá.
Virá com seu andar sutil.
Não vai haver susto no sono dele nem anúncio no rádio.
Ela virá como se foi – silenciosamente.
Em silêncio, ela vai pegar a camisola e arredar a coberta.
Ele estará voltado para o canto, de costas para ela.
Ela vai se deitar voltada para ele.
A mão direita dele pousará sobre sua coxa.
Quando acordarem, já será manhã.

4 comentários:

Bruna disse...

Oi, Lívio, tudo bem?

Gostei muito deste texto. Muito belo.

Apesar do momento de espera ter parecido longo, a certeza de Felipe encurtou o encontro com Daniela. Que bonito.

Abraço,
Bruna P. C.

Lívio Soares de Medeiros disse...

Olá, Bruna. Tudo bem. Que você também esteja.

Obrigado por conferir. E que bom saber que você gostou do texto.

A espera parece mesmo ter sido mesmo longa. Mas valeu a pena, não é?

Chris Rocha disse...

cena "cinematográfica"...bacana!

Lívio Soares de Medeiros disse...

Dá mesmo pra imaginar a "ação", Chris. Valeu.