sexta-feira, 7 de agosto de 2009

CONTO 37

Nos momentos especiais, era inevitável Geraldo pensar em Ana. Mas ele foi percebendo que pensava nela mesmo quando o momento era apenas um detalhe. Certa vez, estava ele prestes a retornar uma garrafa de café para a bandeja quando percebeu uma minúscula formiga passeando pelo utensílio – ela quase foi esmagada pela garrafa. Geraldo então se lembrou de uma fala de Ana, que dissera não matar nem formiga. Decidiu ele então depositar a garrafa num lugar que não atrapalhasse o passeio do inseto. E foi nesse instante que Geraldo teve certeza de que amava Ana.

4 comentários:

Raquel disse...

Como é interessante ver o amor 'encontrar-se' e 'encontrá-lo' nesses detalhes, nesses momentos tão simples que afinal, somos nós da forma mais verdadeira; revelação pura, rara... Gostei muito, Lívio.

Lívio Soares de Medeiros disse...

Obrigado mesmo, Raquel.

Nélio Lobo disse...

Melhor para o inseto!

Lívio Soares de Medeiros disse...

O amor faz bem (também) para a natureza, Manoel.