sábado, 31 de janeiro de 2009
FOTOPOEMA 49
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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
APONTAMENTO 45
A iminência da morte faz com que repensemos a vida. A rigor, deveríamos repensar a vida todo dia.
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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
VÔLEI PROFISSIONAL EM PATOS DE MINAS
Ontem, no Patos Tênis Clube (PTC), conferi a partida entre Álvares/Vitória e Sada Cruzeiro Vôlei, válida pela Superliga de vôlei masculino. O jogo começou às 19h e terminou às 20h30.
A equipe Sada Cruzeiro venceu por três sets a zero (25-23, 25-22, 25-15).
No primeiro e no segundo sets, o Álvares/Vitória saiu na frente. Chegou a abrir diferença de cinco pontos em ambas as etapas. Contudo, permitiu a virada tanto no primeiro quanto no segundo set.
Já o terceiro set foi facilmente vencido pelo Sada Cruzeiro.
Depois de manhã, no sábado, novamente no PTC, às 17h, vai ocorrer a partida entre Álvares/Vitória e Tigre/Unisul/Joinville. O jogo também é válido pela Superliga masculina de vôlei.
A equipe Sada Cruzeiro venceu por três sets a zero (25-23, 25-22, 25-15).
No primeiro e no segundo sets, o Álvares/Vitória saiu na frente. Chegou a abrir diferença de cinco pontos em ambas as etapas. Contudo, permitiu a virada tanto no primeiro quanto no segundo set.
Já o terceiro set foi facilmente vencido pelo Sada Cruzeiro.
Depois de manhã, no sábado, novamente no PTC, às 17h, vai ocorrer a partida entre Álvares/Vitória e Tigre/Unisul/Joinville. O jogo também é válido pela Superliga masculina de vôlei.
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
ELOQUÊNCIA
Em meio à turba,
sê mais um.
Em silêncio à parte,
faz a diferença.
sê mais um.
Em silêncio à parte,
faz a diferença.
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ENSAIO DE VERÃO
O verão põe saia nas mulheres.
O verão ensaia as mulheres.
O vento assanhado as desensaia.
Privilégio ser plateia.
O verão ensaia as mulheres.
O vento assanhado as desensaia.
Privilégio ser plateia.
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terça-feira, 27 de janeiro de 2009
APONTAMENTO 45
Tantos textos têm dito o que sou. Prossigo escrevendo os meus. Numa dessas, digo o que você é; numa dessas, digo o que sou.
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
APONTAMENTO 44
Auden escreveu que “algumas pessoas são inteligentes demais para se tornarem escritores”. Oscar Wilde é a exceção.
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NA PONTA
Enquanto a caneta
desliza sobre o papel,
desliza sobre o papel,
a história vai sendo escrita.
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LETRA DE MÚSICA (2)
Distraído, caminhei até sua casa
Vi plantas, janelas, alvenaria,
fiquei sem te ver
Quando caminho até você,
caminho sem armas
Dos cacos que restaram,
limpo as ruas
Todos os caminhos,
percorro pra me achar
No caminho que leva a você,
achei mais do que eu
Quando você quiser,
escolha um dos caminhos
que levam a mim
O tempo da ignorância
ficou numa esquina do passado
O café vai estar pronto e as portas
só se fecharão depois que você entrar
Vi plantas, janelas, alvenaria,
fiquei sem te ver
Quando caminho até você,
caminho sem armas
Dos cacos que restaram,
limpo as ruas
Todos os caminhos,
percorro pra me achar
No caminho que leva a você,
achei mais do que eu
Quando você quiser,
escolha um dos caminhos
que levam a mim
O tempo da ignorância
ficou numa esquina do passado
O café vai estar pronto e as portas
só se fecharão depois que você entrar
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domingo, 25 de janeiro de 2009
APONTAMENTO 43
Esse negócio de roupa é coisa séria. Mas interessante mesmo é a atuação desse negócio sem roupa.
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sábado, 24 de janeiro de 2009
CONVITE
No fundo, cada linha que escrevo é para convidar. Se me lês, vem comigo.
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
GESTUAL
Da dança que tens, preciso.
O corpo que tens, adoro.
O amor que tens, será meu.
O corpo que tens, adoro.
O amor que tens, será meu.
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BATUCANDO
Em minha postagem anterior, mencionei o dia musical que tive. Eu não poderia terminá-lo de modo mais perfeito: peguei meus apetrechos de percussão e tive a honra de acompanhar Rejane (vocal), Woodson (bateria eletrônica) e Pedro (violão) num dos bares da cidade.
A rigor, eu seria platéia. Liguei para a Rejane, que estava passando o som no bar, e pedi a ela que dissesse aos responsáveis pela casa para reservarem lugar para mim. Como não havia mais mesas à disposição, a Rejane propôs que eu levasse a percussão e participasse com eles. Fazendo assim, eu teria um assento à disposição... Foi o que ocorreu.
Não bastasse o prazer de acompanhar os três, que já tive a oportunidade de fotografar, a noite contou ainda com a canja de Franco Levine. A voz dele é conhecia por aqui – ele fez uma participação especial na faixa “Todos menos eu”, da banda patense O Gabba. Foi muito bacana quando Rejane e Franco Levine cantaram “One”, do U2.
Meu muito obrigado à Rejane, ao Woodson e ao Pedro. O show era deles. Ao permitirem que eu participasse, concederam-me a oportunidade de fazer uma das coisas de que mais gosto – viver musicalmente as madrugadas.
A rigor, eu seria platéia. Liguei para a Rejane, que estava passando o som no bar, e pedi a ela que dissesse aos responsáveis pela casa para reservarem lugar para mim. Como não havia mais mesas à disposição, a Rejane propôs que eu levasse a percussão e participasse com eles. Fazendo assim, eu teria um assento à disposição... Foi o que ocorreu.
Não bastasse o prazer de acompanhar os três, que já tive a oportunidade de fotografar, a noite contou ainda com a canja de Franco Levine. A voz dele é conhecia por aqui – ele fez uma participação especial na faixa “Todos menos eu”, da banda patense O Gabba. Foi muito bacana quando Rejane e Franco Levine cantaram “One”, do U2.
Meu muito obrigado à Rejane, ao Woodson e ao Pedro. O show era deles. Ao permitirem que eu participasse, concederam-me a oportunidade de fazer uma das coisas de que mais gosto – viver musicalmente as madrugadas.
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
DIA MUSICAL
Desde os tempos em que fui cronista em jornais e revistas locais, a música pop tem sido assunto no que escrevo. Não tem sido diferente desde que comecei a lidar com blogues. Assim, digo que tive hoje um dia pop – ou um dia musical. É que decidi ir atrás de canções que procuro há um tempão.
Logo pela manhã, curtindo a Globo FM, do Rio de Janeiro, escutei uma música de que não sabia o nome. Pensei comigo: “Vou prestar atenção na letra, digito no Google alguns trechos dela e pronto”. Na prática, não foi bem assim: eu digitava o que havia escutado e não chegava à letra que eu havia curtido pela rádio.
Não me dando por vencido, decidi então entrar em contato com a equipe da emissora. Ao contrário do que ocorre com a maioria das empresas que colocam e-mail de contato mas não enviam retorno, fui gentil e rapidamente atendido pelo pessoal da rádio.
No e-mail enviado por mim, já à tarde, expliquei que a canção buscada havia sido executada entre 10h30 e 11h, entre os sucessos “À francesa”, da Marina Lima, e “Shiny happy people”, do REM.
Enviei a mensagem às 14h47. Às 15h38, Marcos Camara, programador da rádio, responde: “A música que você solicitou é ‘The story’, com Brandi Carlile”. A ele e à toda a equipe da rádio, parabéns por não fazer do e-mail um inútil canal de contato.
Prosseguindo com o dia musical, no fim da manhã, consegui um CD duplo que é uma coletânea com clássicos do Beto Guedes. Estão lá “Sol de primavera”, “O sal da terra”, “Paisagem da janela” etc. Em especial, eu procurava há um tempão “Vevecos, panelas e canelas” – que está no CD! Juntando tudo, fiz a seguinte seleçãozinha:
● Karnak – Alma não tem cor (foi regravada pelo Zeca Baleiro)
● Nila Branco – Chama
● Renata Arruda – Ninguém vai tirar você de mim
● Renata Arruda – Ouro pra mim
● Beto Guedes – Vevecos, panelas e canelas
● Bee Gees – Living eyes
●Cindy Lauper – Time after time (estou ainda atrás de uma regravação dessa música com o Miles Davis; ficou demais)
● Dire Straits – Your latest trick (versão ao vivo)
● Naomi – How many loves
● Dissidenten – Fata Morgana
● The story – Brandi Carlile
Acima, mencionei o tempo em que escrevi para a imprensa local. Sem querer soar cabotino, tomo a liberdade de comparar um trechinho de “The story” com algo que publiquei há tempos: Feliz aquele que tem histórias para contar – e as conta. Há um trechinho de “The story” que diz: “But these stories don’t mean anything/When you’ve got no one to tell them to” (Mas essas histórias nada significam/Quando não se tem ninguém a quem contá-las).
Gosto do jeito desbragado como Brandi Carlile canta. Foi a primeira coisa que me chamou a atenção. Quando escutei “The story” pela segunda vez, gostei do arranjo. Na terceira, da letra. A canção tem um quê de country misturado com pop (ou vice-versa). Caso você queira conferir clipe e tradução, eis o link. Para conferir crítica (em inglês) basta clicar aqui.
Logo pela manhã, curtindo a Globo FM, do Rio de Janeiro, escutei uma música de que não sabia o nome. Pensei comigo: “Vou prestar atenção na letra, digito no Google alguns trechos dela e pronto”. Na prática, não foi bem assim: eu digitava o que havia escutado e não chegava à letra que eu havia curtido pela rádio.
Não me dando por vencido, decidi então entrar em contato com a equipe da emissora. Ao contrário do que ocorre com a maioria das empresas que colocam e-mail de contato mas não enviam retorno, fui gentil e rapidamente atendido pelo pessoal da rádio.
No e-mail enviado por mim, já à tarde, expliquei que a canção buscada havia sido executada entre 10h30 e 11h, entre os sucessos “À francesa”, da Marina Lima, e “Shiny happy people”, do REM.
Enviei a mensagem às 14h47. Às 15h38, Marcos Camara, programador da rádio, responde: “A música que você solicitou é ‘The story’, com Brandi Carlile”. A ele e à toda a equipe da rádio, parabéns por não fazer do e-mail um inútil canal de contato.
Prosseguindo com o dia musical, no fim da manhã, consegui um CD duplo que é uma coletânea com clássicos do Beto Guedes. Estão lá “Sol de primavera”, “O sal da terra”, “Paisagem da janela” etc. Em especial, eu procurava há um tempão “Vevecos, panelas e canelas” – que está no CD! Juntando tudo, fiz a seguinte seleçãozinha:
● Karnak – Alma não tem cor (foi regravada pelo Zeca Baleiro)
● Nila Branco – Chama
● Renata Arruda – Ninguém vai tirar você de mim
● Renata Arruda – Ouro pra mim
● Beto Guedes – Vevecos, panelas e canelas
● Bee Gees – Living eyes
●Cindy Lauper – Time after time (estou ainda atrás de uma regravação dessa música com o Miles Davis; ficou demais)
● Dire Straits – Your latest trick (versão ao vivo)
● Naomi – How many loves
● Dissidenten – Fata Morgana
● The story – Brandi Carlile
Acima, mencionei o tempo em que escrevi para a imprensa local. Sem querer soar cabotino, tomo a liberdade de comparar um trechinho de “The story” com algo que publiquei há tempos: Feliz aquele que tem histórias para contar – e as conta. Há um trechinho de “The story” que diz: “But these stories don’t mean anything/When you’ve got no one to tell them to” (Mas essas histórias nada significam/Quando não se tem ninguém a quem contá-las).
Gosto do jeito desbragado como Brandi Carlile canta. Foi a primeira coisa que me chamou a atenção. Quando escutei “The story” pela segunda vez, gostei do arranjo. Na terceira, da letra. A canção tem um quê de country misturado com pop (ou vice-versa). Caso você queira conferir clipe e tradução, eis o link. Para conferir crítica (em inglês) basta clicar aqui.
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domingo, 18 de janeiro de 2009
MORDIDA CERTEIRA
Em minha postagem intitulada Fotopoema 48 (logo abaixo), escrevi: Onde morrem as aves?/Morrem enquanto voam? Segundo Manoel Almeida, se formos bons de mira, sim. Na resposta que deixei para o comentário do Manoel, mencionei que eu havia pensado mesmo no tiro certeiro quando escrevi o texto. Chegou a passar pela minha cabeça desenvolver a idéia; acabei por descartá-la, por não ter achado o tom adequado.
Coincidentemente, há pouco, vi um passarinho morto, na parte de trás aqui de casa, aonde raramente vou. Deve ter sido “obra” do Freud, o cachorro que mora aqui. Geralmente digo que ele é inimigo de tudo o que se move. A ração dele fica perto da porta da cozinha. Por diversas vezes já o vi dando bote nos pardais que por ventura tentam compartilhar do alimento dele. Só que eu ainda não tinha visto o resultado de suas investidas.
Minha mãe, nas limpezas que realiza, comenta com frequência ter encontrado algum pássaro morto no quintal. Invariavelmente, ela atribui ao Freud a autoria da morte (além do mais, se não for ele, haveria algo muito sinistro ocorrendo aqui). Aceitando a idéia de que o passarinho visto atrás da casa foi morto pelo Freud, só não sei se ele perdeu a vida na porta da cozinha e depois foi levado para lá ou se teve o azar de se encontrar com o cachorro onde está o corpo.
Coincidentemente, há pouco, vi um passarinho morto, na parte de trás aqui de casa, aonde raramente vou. Deve ter sido “obra” do Freud, o cachorro que mora aqui. Geralmente digo que ele é inimigo de tudo o que se move. A ração dele fica perto da porta da cozinha. Por diversas vezes já o vi dando bote nos pardais que por ventura tentam compartilhar do alimento dele. Só que eu ainda não tinha visto o resultado de suas investidas.
Minha mãe, nas limpezas que realiza, comenta com frequência ter encontrado algum pássaro morto no quintal. Invariavelmente, ela atribui ao Freud a autoria da morte (além do mais, se não for ele, haveria algo muito sinistro ocorrendo aqui). Aceitando a idéia de que o passarinho visto atrás da casa foi morto pelo Freud, só não sei se ele perdeu a vida na porta da cozinha e depois foi levado para lá ou se teve o azar de se encontrar com o cachorro onde está o corpo.
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sábado, 17 de janeiro de 2009
ATLÉTICO E CRUZEIRO REALIZAM CLÁSSICO
Atlético e Cruzeiro se enfrentaram hoje. Foi o primeiro clássico entre os dois realizado fora do Brasil. Confira detalhes no blogue Come Grama!.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
FOTOPOEMA 48
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FOTOPOEMA 47
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FOTOPOEMA 46
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FOTOPOEMA 45
(Como estou sem câmera fotográfica, meu muito obrigado a Lilian Regina, que me emprestou uma para que eu fizesse a foto.)
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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
"A TROCA"
Assim que puder, corra para assistir ao filme “A troca” (Changeling, 2008). Angelina Jolie interpreta Christine Collins, mãe de Walter Collins, que, em 1928, desaparece de casa, depois de a mãe ter saído para trabalhar. A direção é de Clint Eastwood.
Constatado o sumiço do filho, a mãe inicia uma longa e tenaz busca. Em certo momento, um misterioso garoto é levado até ela pela polícia. Assim que o vê, Christine vai logo declarando que a polícia achara o garoto errado. Christine nega que o menino seja o filho dela, mesmo com a afirmação da criança de que ela era, sim, Walter Collins.
Uma tensão crescente vai tomando conta. Mesmo inconformada, Christine leva o garoto para casa. Ela tem certeza de que ele não é o filho dela. Procura a polícia inúmeras vezes, implorando para que a busca por seu filho continuasse. A polícia se nega a prosseguir com os trabalhos e dá o caso por encerrado.
Ainda assim, Christine insiste. Tanto insiste, apesar de já ter sido acusada de ser uma péssima mãe, que acaba sendo confinada a um hospício. A partir desse ponto, sem abandonar o problema inicial, que é o desaparecimento de Walter Collins, o filme toca também noutra delicada questão: o tratamento dispensado a quem era considerado louco.
Logo na abertura, o espectador é avisado: trata-se de uma história real. De fato, somente a realidade conceberia um enredo tão incrível como o de “A troca”. Não consigo imaginar escritor ou roteirista capaz de conceber uma história tão improvável, espantosa, cruel e imprevisível. Da corrupção quase generalizada da polícia, passando por um hospício e por um assassino em série, o filme cavouca feridas e vespeiros o tempo todo.
Parece-me útil comentar o título original – “The changeling”. A palavra changeling, no inglês, tanto pode significar sub-reptícia ou inadvertidamente trocar uma criança por outra quanto, no folclore, troca feita, pelas fadas, de uma criança bela e terna por uma feia, estúpida ou estranha. Por fim, changeling é termo usado na filatelia, significando alteração feita, acidental ou propositadamente, nos tons das cores de um selo por intermédio de processos químicos.
Constatado o sumiço do filho, a mãe inicia uma longa e tenaz busca. Em certo momento, um misterioso garoto é levado até ela pela polícia. Assim que o vê, Christine vai logo declarando que a polícia achara o garoto errado. Christine nega que o menino seja o filho dela, mesmo com a afirmação da criança de que ela era, sim, Walter Collins.
Uma tensão crescente vai tomando conta. Mesmo inconformada, Christine leva o garoto para casa. Ela tem certeza de que ele não é o filho dela. Procura a polícia inúmeras vezes, implorando para que a busca por seu filho continuasse. A polícia se nega a prosseguir com os trabalhos e dá o caso por encerrado.
Ainda assim, Christine insiste. Tanto insiste, apesar de já ter sido acusada de ser uma péssima mãe, que acaba sendo confinada a um hospício. A partir desse ponto, sem abandonar o problema inicial, que é o desaparecimento de Walter Collins, o filme toca também noutra delicada questão: o tratamento dispensado a quem era considerado louco.
Logo na abertura, o espectador é avisado: trata-se de uma história real. De fato, somente a realidade conceberia um enredo tão incrível como o de “A troca”. Não consigo imaginar escritor ou roteirista capaz de conceber uma história tão improvável, espantosa, cruel e imprevisível. Da corrupção quase generalizada da polícia, passando por um hospício e por um assassino em série, o filme cavouca feridas e vespeiros o tempo todo.
Parece-me útil comentar o título original – “The changeling”. A palavra changeling, no inglês, tanto pode significar sub-reptícia ou inadvertidamente trocar uma criança por outra quanto, no folclore, troca feita, pelas fadas, de uma criança bela e terna por uma feia, estúpida ou estranha. Por fim, changeling é termo usado na filatelia, significando alteração feita, acidental ou propositadamente, nos tons das cores de um selo por intermédio de processos químicos.
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sábado, 10 de janeiro de 2009
"THE BALLAD OF JACK AND ROSE"
Recentemente, assisti a “O mundo de Jack e Rose” (The ballad of Jack and Rose, 2005). Nos papéis principais, Daniel Day-Lewis (Jack Slavin) e Camilla Belle (Rose Slavin). A bela atriz é filha de brasileira com americano; segundo o site IMBD, ela fala bem tanto o inglês quanto o português. Ainda de acordo com o IMDB, Camilla gosta de feijoada. A direção do filme é de Rebecca Miller.
Jack vive numa ilha com sua filha Rose. Ambientalista empedernido, o pai decidira criar a filha longe do mundo capitalista, criando uma espécie de refúgio idílico para os dois. Nesse microcosmo, tudo vai bem até que num certo dia, sem avisar a filha, Jack leva para casa Kathleen (Catherine Keener), sua namorada. Rose se sente traída, enganada.
Complicando ainda mais a convivência, há o despertar sexual de Rose, com dezesseis anos. Pleno de simbolismos e implicações psicanalíticas, principalmente na relação entre pai e filha e na sexualidade de Rose, o sonho de Jack se vê ameaçado também em virtude das presenças dos filhos de sua namorada – Thaddius (Paul Dano) e Rodney (Ryan McDonald). Por fim, há a presença do investidor Martin Rance (Beau Bridges), que quer construir casas próximas à de Jack.
De um lado, Jack com sua utopia; do outro, a pressão para que ele aderisse ao resto do mundo. Por si só, o embate já daria material para um filme, que ainda é temperado pela sexualidade e pelo mundo adolescente. Sem cair na armadilha de intelectualismos ou academicismos, sexo e política pairam durante todo o tempo. Louvável, o trabalho de Rebecca Miller, que é também a roteirista. O que poderia soar como assunto demais para um só filme, é delicada e sobriamente costurado por Miller.
Jack vive numa ilha com sua filha Rose. Ambientalista empedernido, o pai decidira criar a filha longe do mundo capitalista, criando uma espécie de refúgio idílico para os dois. Nesse microcosmo, tudo vai bem até que num certo dia, sem avisar a filha, Jack leva para casa Kathleen (Catherine Keener), sua namorada. Rose se sente traída, enganada.
Complicando ainda mais a convivência, há o despertar sexual de Rose, com dezesseis anos. Pleno de simbolismos e implicações psicanalíticas, principalmente na relação entre pai e filha e na sexualidade de Rose, o sonho de Jack se vê ameaçado também em virtude das presenças dos filhos de sua namorada – Thaddius (Paul Dano) e Rodney (Ryan McDonald). Por fim, há a presença do investidor Martin Rance (Beau Bridges), que quer construir casas próximas à de Jack.
De um lado, Jack com sua utopia; do outro, a pressão para que ele aderisse ao resto do mundo. Por si só, o embate já daria material para um filme, que ainda é temperado pela sexualidade e pelo mundo adolescente. Sem cair na armadilha de intelectualismos ou academicismos, sexo e política pairam durante todo o tempo. Louvável, o trabalho de Rebecca Miller, que é também a roteirista. O que poderia soar como assunto demais para um só filme, é delicada e sobriamente costurado por Miller.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
DOSSIÊ NOVA YORK
Quem já foi locutor de estação FM sabe que às vezes a gente sente falta não é nem da locução em si, mas de anunciar uma canção específica de que gostamos muito. É meu caso com “Ziriguidum Tchan”, do Sá & Guarabyra. A canção é uma de minhas preferidas. Aos sábados à noite, num programa em que eu tocava só MPB e Pop/Rock nacionais, “Ziriguidum Tchan” era frequentemente executada.
Há uns cinco ou seis anos estou sem trabalhar em rádio. Desde que parei, não mais havia escutado a canção. A saudade já era muita; hoje, finalmente, eu a consegui. Estou há um tempão a escutando sem parar. Quando ela termina, eu a escuto de novo. Apesar de muito desafinado, gosto de cantá-la aos berros, o que faço agora, sozinho em casa, enquanto digito.
A canção está num LP (há o CD, lançado pela Eldorado) chamado “Vamos por aí”, que ainda tem “Meu lar é onde estão meus sapatos” e “Estrela natureza” (que chegou a ser trilha sonora de alguma novela). O trabalho é de 1990. Na época, lendo o encarte do disco, surpresa agradável: quem toca guitarra em “Ziriguidum Tchan” é o cantor e compositor Tavito – aquele do sucesso “Rua Ramalhete”.
A canção está num LP (há o CD, lançado pela Eldorado) chamado “Vamos por aí”, que ainda tem “Meu lar é onde estão meus sapatos” e “Estrela natureza” (que chegou a ser trilha sonora de alguma novela). O trabalho é de 1990. Na época, lendo o encarte do disco, surpresa agradável: quem toca guitarra em “Ziriguidum Tchan” é o cantor e compositor Tavito – aquele do sucesso “Rua Ramalhete”.
“Ziriguidum Tchan” é sobre Nova York. Isso me fez lembrar de “A fogueira das vaidades”, de Tom Wolfe, publicado pela Rocco. O prefácio é de Paulo Francis, que escreveu: “Wolfe disse que ninguém mora em Nova York pelo clima ou pela qualidade de vida. (...) Pode-se ir a museus em outras cidades e ouvir música (bem melhor) na Europa. Em Nova York se vive pela ambição de ser número um no que se faz e não se poupa esforços, às vezes com resultados cruéis, para derrubar quem nos tolhe o caminho” (...).
Indico a leitura do livro de Tom Wolfe. “A fogueira das vaidades” foi seu romance de estréia. Estupendo debute. Em 1991, a obra foi transformada em filme homônimo por Hollywood, com Tom Hanks no papel principal. A direção é de Brian de Palma.
A foto a seguir é de Thomas Hoepker, da agência Magnum, tirada no histórico 11 de setembro de 2001. Na imagem de Hoepker, enquanto as torres gêmeas deixam escapar espessa fumaça, o primeiro plano mostra um grupo de jovens conversando. Discute-se muito se a foto revela inércia, atitude alienada ou incapacidade de comoção. Sabedor da polêmica que o registro causaria, Hoepker somente o divulgaria em 2005. Abaixo da foto, a letra de “Ziriguidum tchan”.
Nova York é aliIndico a leitura do livro de Tom Wolfe. “A fogueira das vaidades” foi seu romance de estréia. Estupendo debute. Em 1991, a obra foi transformada em filme homônimo por Hollywood, com Tom Hanks no papel principal. A direção é de Brian de Palma.
A foto a seguir é de Thomas Hoepker, da agência Magnum, tirada no histórico 11 de setembro de 2001. Na imagem de Hoepker, enquanto as torres gêmeas deixam escapar espessa fumaça, o primeiro plano mostra um grupo de jovens conversando. Discute-se muito se a foto revela inércia, atitude alienada ou incapacidade de comoção. Sabedor da polêmica que o registro causaria, Hoepker somente o divulgaria em 2005. Abaixo da foto, a letra de “Ziriguidum tchan”.
Tão perto daqui
O piloto sorri
Lá se vai o avião
Eles são o que rola
Eles fazem a moda
Nova York é mais perto
Que o sertão
Nova York é ali
Tão perto daqui
Oito horas de vôo
E ilusão
Nós pisamos na bola
Eles ganham em dólar
Nova York é mais perto
Que o sertão
Crack, rap, hip-hop, rock
Walk, don't walk now
Ziriguidum tchan
Se a viagem nos faz
Brasileiros demais
Cucarachas gerais
Na multidão
Essa ilha sem paz
Não se importa jamais
Nova York é mais perto
Que o sertão
Escondidos no fundo
Do umbigo do mundo
Joe nunca se encontra
Com João
Eles não se interessam
Eles não se conversam
Nova York é mais perto
Que o sertão
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
NA MORADA
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terça-feira, 6 de janeiro de 2009
POESIA INFANTIL
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sábado, 3 de janeiro de 2009
CONTAGEM
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