domingo, 28 de abril de 2019

Robusta clausura

Tenho medo do mundo,
do meu país, 
da minha cidade.

Tenho medo de ti.

Tenho recebido o mundo
em telas que reluzem
e em páginas que elucidam.
Eu me fechei,
fechei as portas da casa, 
acionei todos os cadeados.

Lá fora, 
armas calibradas 
e encontros desequilibrados,
sem filosofia, sem sociologia,
sem palavras.
Estão ocos e furiosos.

Nem suspeitam de que
não sou o único
que não desistiu.
Nem desconfiam
da existência dos
que acreditam no belo.
Não sabem que são 
transitórios como um tiro
e que somos teimosos
como um verso. 

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