As rejeições e as trapalhadas internacionais do governo federal prosseguem. O mandatário do poder executivo já havia causado mal-estar entre políticos do Chile quando por lá esteve, elogiando Pinochet (há ditadores que o presidente do Brasil elogia e há ditadores que ele critica; o critério, suspeito, é o Trump quem define).
Depois, veio o mal-estar com os palestinos, quando o governo federal anunciou a transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém; ao voltar atrás, ficou mal com Israel; na semana passada, voltou a ficar mal com Israel, após comentar o Holocausto. Voltando atrás, o presidente escreveu carta para autoridades israelenses. Sim, o governante brasileiro se indispôs, em questão de dias, com palestinos e com israelenses.
Também na semana passada, a atualmente ridícula diplomacia brasileira recebeu outro golpe: Bill de Blasio, prefeito de Nova York, fazendo menção ao político brasileiro, disse que este tem “racismo evidente” e mencionou a homofobia do chefe do executivo brasileiro. Afirmou Bill de Blasio: “Esse cara é um ser humano muito perigoso”. De Blasio completou, referindo-se ao Museu de História Natural de Nova York, que abrigaria evento em que o presidente brasileiro estaria presente: “Se você está falando de uma instituição apoiada publicamente e está falando de alguém [o presidente brasileiro] que está fazendo algo tangivelmente destrutivo, fico desconfortável com isso” — declarou De Blasio à rádio WNYC.
As declarações da autoridade americana foram dadas porque estava havendo apelos dele e de outras pessoas para que o presidente brasileiro não recebesse, no Museu de História Natural de Nova York, homenagem em um evento promovido pela Câmara do Comércio Brasil-EUA. De fato, hoje foi publicada uma nota: “Com respeito mútuo pelo trabalho e pelos objetivos da nossa organização individual, decidimos conjuntamente que o Museu não é a locação ideal para o jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-EUA. Esse tradicional evento será direcionado para outra locação na data e horário originais”.
Antes do cancelamento, o próprio Museu já havia declarado: “Estamos profundamente preocupados, e o evento não reflete de forma alguma a posição do museu de que há uma necessidade urgente de conservar a floresta Amazônica, que tem implicações tão profundas para a diversidade biológica, comunidades indígenas, mudanças climáticas e a saúde futura de nosso planeta. Estamos avaliando as nossas opções”. Hoje, de fato, decidiu-se pela não realização do evento no local.
Como esperado, houve quem assumisse as dores do presidente brasileiro. O assessor do presidente para assuntos internacionais, Filipe Martins, disse que o prefeito de Nova York é “uma toupeira”. Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do presidente, também se condoeu: “É a prova que ‘o idiota’ não habita somente a América Latina”. Enquanto digito estas palavras, não fiquei sabendo ainda se alguém já comentou a negativa do Museu de História Natural de Nova York ao presidente brasileiro.
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