quarta-feira, 10 de abril de 2019

Números

O presidente do Brasil é ruim ou péssimo para 30% dos brasileiros, a pior avaliação no primeiro trimestre entre os presidentes eleitos para um primeiro mandato desde a redemocratização. Os números são ainda piores do que os divulgados no mês passado, quando 24% julgaram o governo ruim ou péssimo. Pesquisa foi realizada pelo Datafolha.

A pesquisa é divulgada poucos dias depois de o mandatário declarar não ter nascido para ser presidente, o que os mais atentos já haviam percebido há muito. A queda até agora foi rápida demais em muito pouco tempo. Um deputado pode dizer bravatas e, no máximo, tornar-se figura folclórica. Bravatas de um presidente têm custo doloroso, se não para ele, para a população.

Reflexos de um governo que ainda não começou desembocam nos números da pesquisa: na região sul, o presidente obteve 68% dos votos; 54% já dizem que ele fez menos do que o esperado. Na região sudeste, ele obteve 65,4% dos votos; o percentual de frustrados chega a 59%.

Enquanto isso, na mesma semana em que afirmou que nasceu para ser militar, não presidente, o presidente deu a entender que talvez o MEC tenha um novo chefe a partir de amanhã. Se, por um lado, resta a esperança de que isso ocorra, por outro, há o temor, pois aquele ou aquela que virá pode ser pior do que o atual ministro.

À parte o que vier no ministério da educação, tivesse o presidente a sabedoria de escutar menos os sectários e mais os sensatos, pode ser que ele começasse a governar. Só que os cem primeiros dias de governo não dão a entender que ele e os filhos tornar-se-ão dispostos a prestar atenção em quem ainda tenta ajudá-los. Em vez de começar a agir, o presidente prefere não aceitar ou ironizar, pelo menos publicamente, os números que evidenciam a rejeição contra o governo federal. Nada mais esperado. 

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