Temer causou hoje mais uma patuscada para si. Exercendo sua hipocrisia, foi ao local onde está o que sobrou de um prédio que pegou fogo e que desabou em São Paulo. O presidente disse que estava lá para prestar solidariedade às vítimas. Vindo de quem só tem demonstrado não ter a menor solidariedade nem a menor sensibilidade quanto às necessidades dos pobres, isso soa como populismo sem falta de autocrítica e como hipocrisia. Xingado e hostilizado pela população, mal tendo chegado, foi embora do lugar a que, tivesse ele algum senso do ridículo, não deveria ter ido.
Não importa se a decisão de ir lá tenha sido de um assessor ou do presidente, ficou evidente mais uma vez que as “boas” intenções de Temer não são bem-vindas. A presença dele no local da queda do edifício revelou mais uma vez o quanto o presidente não tem carisma. Sempre que tenta guinada a fim de passar uma imagem de quem está ao lado do povo, malogra. É que não há como decidir ter carisma. Como a sensualidade, carisma é o tipo da coisa que se tem ou não se tem. Não há como agir ao modo de quem tem carisma, não há como fingir ser alguém com carisma; isso seria imitação tosca. Valer-se de mesóclise não torna ninguém carismático.
É comum políticos se valerem de tragédias para executarem tacadas populistas. Todavia, a figura pública de Temer e suas medidas políticas deixam evidentes que ele não está a favor de pessoas a quem ele disse que ofereceria solidariedade hoje, lá em São Paulo. Não fosse ele serviçal de corporações que querem sugar o Brasil, Temer, em atitude inteligente, deixar-nos-ia (valer-se de mesóclise não torna ninguém carismático) em paz. Mas não foi para isso que ele topou compor o golpe. Estou de acordo quanto à expulsão de Temer ocorrida hoje. Não precisamos da pseudossolidariedade dele. Mesmo sabendo que ele nunca me lerá, peço: deixe-nos em paz, Temer; esqueça-nos. Somos melhores sem você.
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