Uma das coisas tristes sobre a invasão do exército no Rio de Janeiro é que isso não resolve nada. Estão lá, coagindo os de sempre, fichando-os, enquanto quem está em gabinetes ou em carros luxuosos seguem incólumes e felizes, cientes de que nem exércitos nem polícia vão mexer com eles.
A balela dos invasores é a de que a presença deles no Rio quer a segurança pública, mas já deixaram claro que não estão a fim de conversar (a pseudocoletiva em que as perguntas tiveram de ser lidas e tiveram de passar pelo crivo deles prova isso), o que não surpreende, pois o forte desse pessoal não é a arte do diálogo, mas apontar contra os próprios brasileiros aparatos de repressão, de tortura e de morte.
Alegam que é pela segurança, que é pela ordem, que é para zelar pelo "cidadão de bem" (adoram essa expressão). Muitas pessoas, por ingenuidade ou por burrice, defendem intervenção militar. O golpe de 64 mostrou o que ditadores e exército são capazes de fazer quando alegam que é para defender o país, o que são capazes de realizar quando se voltam contra os compatriotas.
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