Recebi no celular uma mensagem com palavras atribuídas ao Neruda: “Poderão cortar todas as flores, mas não poderão deter a primavera”. Embora o tom seja nerudiano, não sei dizer se a citação é mesmo dele. Uma rápida pesquisa na internet mostra que a autoria é também atribuída a Lino J. Somavilla. Caso alguém saiba quem é mesmo o autor, gentileza me dizer.
À parte isso, a essência das palavras é a mesma de pichação que li na parede de uma loja que ficava na rua Dona Luíza, aqui em Patos de Minas. Penso ter sido na década de 80; talvez, na de 90. Picharam: “Eles destruíram nossas vidas, mas não as nossas ondas. Assinado: Os Surfistas”.
Com frequência, em companhia de amigos, cito a pichação. Ela é afronta, acinte inteligente e poderoso, não por ter sido pichada. Ela é lema e leme, é convite à poesia, à esperança, à utopia. Há um senso rebelde que não me abandona, que não é só meu. Com gotas e pétalas, faremos ondas e primaveras.
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