Hoje pela manhã, fui acordado por estas duas maritacas,
quando pousaram na antena de TV que fica no quintal do vizinho. A princípio,
pensei que logo fossem embora. Durante algum tempo, ainda deitado na cama,
fiquei escutando o que diziam uma para a outra.
Curioso para saber como eram as criaturas que diziam aquelas
palavras, abri a janela do quarto. As maritacas me olharam, continuaram
conversando. Fechei a janela, voltei para a cama. O bate-papo delas prosseguiu
animado.
Enquanto conversavam, eu ficava pensando se haveria tempo de
eu fotografá-las. Em vez de pensar, eu deveria logo ter ido pegar a câmera. Ao pegá-la,
eu teria de retirar a lente que estava nela e de nela acoplar a lente própria
para registros de aves e de pássaros.
Como o diálogo das maritacas seguia animado, eu
me levantei, peguei a câmera, troquei a lente e fui para o quintal, fingindo
displicência, a fim de não espantá-las. Pode ser que esse cuidado nem tivesse
sido necessário; queriam é ser fotografadas. Tanto que, antes de voarem,
agradeceram-me.
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