Ontem à noite, em companhia de amigos, fui mais uma vez ao sítio do Bosquinho. Um dos objetivos era fotografar as estrelas.
A impressão que tenho é a de que, se eu pudesse, faria somente fotos noturnas. Há algo nas longas exposições, necessárias para se fotografar, dentre outras coisas, as estrelas, que me atrai demais. É que elas, as longas exposições, são um modo de brincar não somente com a luz e com a técnica fotográfica, mas também com o tempo. Também por isso, lidar com fotografia me fascina.
O tempo de exposição desta foto é de quarenta e seis minutos. Na prática, isso significa que, uma vez tendo sido o obturador disparado (o obturador é o botão que se aperta para que a foto seja tirada), a câmera ficou tirando uma única foto durante esses quarenta e seis minutos. Obviamente, o equipamento estava sobre tripé. O disparo é feito com um cabo conectado à máquina fotográfica, de modo que não preciso ficar com o dedo no botão dela enquanto a foto é tirada.
Os fachos luminosos na imagem são gerados por causa da rotação da Terra. Recapitulemos: a “duração” da foto foi de quarenta e seis minutos. Nesse tempo, a Terra girou. Girando, causa a sensação de que as estrelas mudaram de lugar. A rigor, mudaram, mas isso não importa agora. O que importa é que os fachos são produzidos graças ao movimento de rotação da Terra sobre o próprio eixo. Quanto maior a “duração” do registro, maiores serão os fachos.
Para esse tipo de foto, é bom que se esteja fora de áreas urbanas. Quanto mais longe das cidades, melhor, pois luzes artificiais interferem na imagem. Tendo achado um lugar assim, caso haja luzes artificiais por perto, como, por exemplo, as da casa de uma fazenda, é bom que sejam apagadas. Apague as luzes e acenda as estrelas. É preciso ainda não haver nem Lua nem nuvens.
Muito obrigado ao Bosquinho e à Silene, esposa dele, que tão bem nos receberam no sítio. Espero voltar em breve, seja para um bate-papo, para fotografias, para curtir a atmosfera do lugar.
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