Stendhal (1783-1842), logo no começo de seu “Do amor”, enumera quatro tipos de... amor. Um deles, ele chama de “o amor de vaidade”. Sobre ele, escreve, segundo tradução de Roberto Leal Ferreira: “A imensa maioria dos homens, sobretudo na França, deseja e tem uma mulher da moda, assim como se tem um belo cavalo, como algo necessário ao luxo de um rapaz”. (1)
Outro francês muito agudo ao analisar os meandros do amor foi Choderlos de Laclos (1741-1803), que, no monumental “As relações perigosas”, mostra com sutileza a questão da vaidade. Só que o ensaio de Stendhal e o romance de De Laclos, embora lidem com a vaidade, fazem-no com diferentes abordagens.
No texto de Stendhal, a vaidade se concretiza na exibição pública da conquista. Já em “As relações perigosas”, o sórdido jogo entre o Visconde de Valmont e a Marquesa de Merteuil, os personagens centrais do romance, faz com que ele, por vaidade, não admita que ama a Presidenta de Tourvel, mulher que tanto lutara por seduzir.
Em Stendhal, embarca-se na vaidade para se exibir um amor; em De Laclos, para se ocultar o amor que se tem. Na trama do romance, a marquesa, em mais uma de suas maquinações, havia garantido que Valmont não era capaz de seduzir a Presidenta de Tourvel. Ele obtém sucesso. O que ele não esperava é se apaixonar por ela. Em nome da vaidade, a fim de tentar desmerecer os cruéis gracejos da Marquesa de Merteuil, nega o amor que grita dentro dele.
Stendhal desdenha dos que, por vaidade, exibem em público o amor como mercadoria; De Laclos investiga um espírito que, por vaidade, esconde o amor que de fato sente. Em um, a vaidade tentando fazer crer que o que se tem é amor; em outro, a vaidade tentando fazer crer que o amor que se tem é só mais uma conquista para o rol de eficaz sedutor.
Outro francês muito agudo ao analisar os meandros do amor foi Choderlos de Laclos (1741-1803), que, no monumental “As relações perigosas”, mostra com sutileza a questão da vaidade. Só que o ensaio de Stendhal e o romance de De Laclos, embora lidem com a vaidade, fazem-no com diferentes abordagens.
No texto de Stendhal, a vaidade se concretiza na exibição pública da conquista. Já em “As relações perigosas”, o sórdido jogo entre o Visconde de Valmont e a Marquesa de Merteuil, os personagens centrais do romance, faz com que ele, por vaidade, não admita que ama a Presidenta de Tourvel, mulher que tanto lutara por seduzir.
Em Stendhal, embarca-se na vaidade para se exibir um amor; em De Laclos, para se ocultar o amor que se tem. Na trama do romance, a marquesa, em mais uma de suas maquinações, havia garantido que Valmont não era capaz de seduzir a Presidenta de Tourvel. Ele obtém sucesso. O que ele não esperava é se apaixonar por ela. Em nome da vaidade, a fim de tentar desmerecer os cruéis gracejos da Marquesa de Merteuil, nega o amor que grita dentro dele.
Stendhal desdenha dos que, por vaidade, exibem em público o amor como mercadoria; De Laclos investiga um espírito que, por vaidade, esconde o amor que de fato sente. Em um, a vaidade tentando fazer crer que o que se tem é amor; em outro, a vaidade tentando fazer crer que o amor que se tem é só mais uma conquista para o rol de eficaz sedutor.
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(1) STENDHAL. Do amor. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo. Martins Fontes.1993. Pág. 4.
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