De sua casa, Baltazar podia escutar as badaladas do sino da igreja marcando as horas. Em noites insones, ele gostava de contá-las. Numa noite assim, contou dez. Uma hora depois, onze. Quando veio a meia-noite, Baltazar contou as doze badaladas. Só que um segundo depois veio outra; logo após, outra e outra e outras. O sino já havia martelado onze mil, trezentas e setenta e quatro badaladas. Baltazar seguia contando. Quando o Sol nasceu, o sino continuava no ritmo. Baltazar, acordado, perdera a conta e a razão.
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