Era uma vez uma pequena aldeia chamada Corações Celestiais. Ela tinha dois caciques. O nome de um era Zápite. O nome do outro era Zápete. Muitos antes de os dois nascerem, as famílias deles já disputavam o comando daquelas terras amplas, férteis e longínquas. Depois de milênios de querelas, os dois caciques, herdeiros de uma sangrenta tradição, selaram acordo de paz. Por todos os rincões daquelas intermináveis pradarias, houve júbilo, durante o qual cada líder enviou para a choupana do outro encomiásticos sinais de fumaça, que, de tão nobres, mais se pareciam com nuvens. Nesse tempo distante, a morte do curandeiro do lugar ocorreu enquanto os caciques ainda trocavam cantos de louvor. Como era tradição milenar, o corpo do curandeiro seria queimado e ofertado aos deuses. Durante a cerimônia, um índio de sete anos perguntou à sua mãe, com medo dos caciques, se eles começariam a brigar, pois o pequeno tinha visto que os dois gigantes líderes não olhavam para a cara um do outro enquanto as chamas consumiam a carne do curandeiro.
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