Num mundo barulhento, perde-se a capacidade de fazer silêncio, de escutar. Num universo em que é cada vez mais fácil dizer, não importa o quê, não importa como, muitos emitem sons, poucos cultivam o silêncio ou a escuta.
No dia quinze de junho, no Teatro Municipal Leão de Formosa, conferi evento promovido pela escola Instituto Presbiteriano de Educação. Era uma apresentação com estudantes do nono ano e do ensino médio. O que me chamou a atenção foi exatamente a capacidade de escuta da plateia.
Não foram poucas as vezes nas quais estive em situações barulhentas quando deveria ter havido silêncio. Certa vez, em Belo Horizonte, em evento promovido por uma escola de lá, eu estava na plateia, com mais uns mil e quinhentos professores. No palco, uma bela e talentosa atriz realizava seu trabalho, atuando, cantando, dançando.
Num determinado momento da apresentação, ela para, encara o público: “Se vocês não fizerem silêncio, não há como eu entregar o texto pra vocês”. Por um lado, chamou minha atenção o uso do verbo “entregar”, que achei bonito na frase; por outro, considerei vexaminoso que se precisasse chamar a atenção de uma plateia composta basicamente por professores.
No dia quinze, no Teatro Municipal, constatei que ainda é possível haver a gentileza de se escutar a mensagem do outro. No caso específico de ontem, essa mensagem eram poemas que fizeram parte da apresentação realizada pelo Instituto Presbiteriano. Foi bonito conferir os alunos no palco, num dia em que a plateia também deu um show.
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