quinta-feira, 17 de setembro de 2015

DA NATUREZA DOS MILAGRES

Quando pequeno, minha mãe recomendava que eu fosse à missa. Eu ia. Mais pela recomendação do que pelo desejo de ir. Ainda na pré-adolescência, eu abandonaria o hábito. Eu ia à igreja dos Capuchinhos, por morar perto dela. Na época, havia a chamada missa das crianças, que ocorria aos domingos, às 9h.

A igreja ficava cheia. Quando era chegada a hora de as pessoas receberem as hóstias, o padre ficava perto do altar; havia dois ou três ajudantes que iam para outros pontos, a fim de também distribuírem hóstias.

Eu sempre me tornava ansioso, por supor que não haveria hóstia o bastante para aquele tanto de gente; afinal, os cálices não eram grandes. Imagina se faltasse hóstia para os desejosos? Nunca faltou. Na minha cabeça, ocorria, durante a celebração, o milagre da multiplicação das hóstias. 

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