terça-feira, 7 de abril de 2015

DO TRIBUTO A PAUL WALKER

Alguém escreveu que “morrer é dobrar a esquina”. Sempre tive comigo que essa frase é do Guimarães Rosa, mas não estou certo disso. Ontem, ela me ocorreu novamente. Explico por quê.

Não assisti a nenhum dos filmes da franquia “Velozes e furiosos”. Independentemente disso, é claro, fiquei sabendo da morte do Paul Walker; ontem, fiquei sabendo do tributo que há para ele no mais recente filme da série.

Assim que conferi o tributo no Youtube, a frase entre aspas do primeiro parágrafo me veio à mente. É que a homenagem a Paul Walker acaba sendo uma materialização ou concretização do conteúdo que citei.

A sequência que homenageia Walker, a qual se valeu de computação gráfica, é bonita e eficaz. Tanto que nem é preciso ter assistido aos filmes da série para que ela seja compreendida, para que se tenha noção do que é sugerido.

O João Cabral costumava dizer que palavras concretas são mais úteis para a poesia do que as abstratas. Nesse pensamento, a palavra “cadeira”, por exemplo, seria mais eficiente para a linguagem poética do que, por exemplo, a palavra “solidão”.

Talvez por isso eu goste de “morrer é dobrar a esquina”. “Esquina” é um elemento concreto, palpável. Talvez por isso eu tenha gostado da sequência que homenageia Paul Walker. Afinal, talvez, a morte seja tomar outro caminho. Sendo ou não, tal sugestão é bonita. 

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